2007-03-27 05:50:00
Vilson Nascimento
O marido de Juliana Medina Botto, o braçal Joanilson Botto Sobrinho, procurou o Mistério Público Estadual em Amambai na semana para pedir que sejam apuradas as circunstancias que levou a dona de casa de 34 anos a morte após passar por tratamento de saúde no Hospital Regional de Amambai.
Juliana que deixou esposo e dois filhos menores morreu por volta das 11h30 de sexta-feira, dia 16 de março, momentos após dar entrada em estado grave no HR onde já havia ficado internada dias antes e inclusive, havia sido atendida na unidade de saúde na tarde do dia anterior, quinta-feira, 15.
Segundo o marido, Juliana foi internada no dia 2 de março, uma sexta-feira com fortes dores de cabeça e vômito e ao chegar ao hospital, segundo a direção da casa de saúde, apresentava distúrbios mentais. Um dia antes ela já havia estado no hospital reclamando nos mesmos sintomas, foi medicada e liberada.
Segundo o hospital no período que permaneceu internada em tratamento, por seu estado alterado, foi necessário, em alguns momentos, a aplicação de sedativos para mantê-la calma, permitindo assim que a medicação surtisse eficácia no tratamento.
Segundo a família a mulher permaneceu internada por vários dias, vindo a receber alta na quarta-feira, 14, com encaminhamento médico para tratamento psicológico. Ele teria sido levada até a psicóloga da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura de Amambai Verônica Berzuini, onde teria recebido novo encaminhamento, desta vez, para tratamento psiquiátrico em Ponta Porã, cuja consulta estava marcada para acontecer no período da tarde da sexta-feira, 16, dia que a mulher veio a óbito.
Volta ao Hospital-Segundo a família, informação posteriormente confirmada pela direção do HR, na quinta-feira, dia 15 Juliana Medina, que não teria apresentado quadro de melhoras desde que recebeu alta da unidade de saúde, no dia 14, voltou a sentir dores de cabeça e retornou ao hospital onde foi atendida pela médica de plantão que receitou medicação e a liberou.
No meio da manhã de sexta-feira a mulher, que já vinha apresentando inchaços na barriga, voltou a passar mal e foi levada de volta ao Hospital Regional onde, segundo a unidade de saúde, deu entrada expelindo uma substância chamada vulgarmente de “borra de café” e os médicos teriam detectado que ela estaria com a bexiga inflamada e não conseguia urinar. A mulher foi submetida a uma drenagem e o líquido foi retirado, segundo o Hospital.
“Fui orientado a ir até minha residência buscar roupas para Juliana que permaneceria internada novamente, porém, ao chegar em casa, recebi um telefonema que minha mulher havia morrido”, disse Joanilson Botto Sobrinho, que acusa os médicos que atenderam a esposa por negligencia, já que, segundo ele, se ela tivesse sido internada no dia anterior, quando foi encaminhada ao hospital, poderia ter sobrevivido.
A declaração de óbito assinada pelo médico Dr. Macedônio Miranda Meira aponta como causador da morte de Juliana Medina Botto parada cardio-respiratória provocada por infecção generalizada, porém não ressalta o que teria provocado tal infecção.
“Somente um exame aprofundado seria capaz de detectar as causas que provocaram a infecção, mas esses exames teriam que ser realizados em um Instituto Médico Legal (IML), que não temos aqui em Amambai”, disse o diretor do Hospital Regional de Amambai Meire Flores.
A direção do hospital também nega ter havido negligência dos profissionais da unidade de saúde em relação ao atendimento a paciente. Segundo a direção do HR ela foi atendida todas as vezes que procurou atendimento no hospital e os médicos prestaram o atendimento da forma correta.
MP determinou instauração de IP
Ao ser procurado pelos familiares de Juliana, o Promotor de Justiça da 1ª Promotoria da Comarca de Amambai Dr. Thalys Franklin de Souza encaminhou oficio à Polícia Civil de Amambai determinado a instauração de um Inquérito Policial para apurar os fatos.