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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Sob forte segurança, chefões da jogatina chegam na Capital

2007-05-26 10:06:00

Dois dos chefes dos jogos de caça-níqueis no Rio de Janeiro, Fernando de Miranda Iggnácio e Rogério de Andrade, chegaram ontem à noite em Campo Grande sob forte esquema de segurança. Embora tenham começado a vida criminosa juntos, trabalhando para o bicheiro Castor de Andrade, do qual Iggnácio era genro e Rogério, sobrinho, hoje são inimigos e disputam pontos de jogo no Rio.

Eles são acusados de promover uma guerra pela disputa do controle dos pontos de caça-níqueis na zona oeste do Rio de Janeiro. Os dois sairam dos Rio às 15 horas e chegaram na Base Aérea de Campo Grande chegaram às 20h50, sendo recepcionados por 23 agentes penitenciários federais fortemente armados e sete militares. Ambos foram levados sob forte escolta de várias viaturas para a penitenciária federal.

A transferência deles foi determinada pela Justiça Federal do Rio, em razão do risco de deixar os dois rivais presos na penitenciária de Bangu I sem um esquema de segurança adequado. Além disso, havia acusações de que os dois estavam cercados de mordomias na cadeia carioca.

Agora a Penitenciária Federal de Campo Grande passa a ter 36 "hóspedes". Iggnácio e Rogério vão encontrar um dos mais duros regimes penitenciários do País. Cada preso fica em cela individual e é monitorado 24 horas por dia por um sistema de câmeras ligadas à direção do presídio e ao Departamento Penitenciário Nacional em Brasília. Para evitar o contato, os presos nunca saem nos mesmos horários para o banho-de-sol e as visitas têm de passar por detectores de metal e espectômetros (equipamentos que indicam a presença de armas e de drogas).

Iggnácio cumpre pena de 13 anos e 7 meses por crimes como contrabando, descaminho e corrupção ativa (oferecer suborno). Rogério foi condenado a 19 anos de prisão pela morte de seu primo Paulinho de Andrade.


Furacão

O ministro do Superior Tribunal de Justiça, Paulo Medina, suspeito de envolvimento no esquema de exploração de jogos ilegais investigado na Operação Furacão foi relator em um julgamento, no dia 26 de março, que beneficiou Fernando Iggnácio com a possibilidade de redução de sua pena de prisão.

Nas três condenações por corrupção ativa, Iggnácio pediu redução da pena alegando bom comportamento. Medina posicionou-se favoravelmente no relatório e houve empate na votação da 6ª Turma do tribunal, o que determinou que o Tribunal de Justiça do Rio aprecie o pedido para reduzir a pena de Iggnácio por corrupção ativa (3 anos e nove meses).

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