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sábado, 18 de maio de 2024

Dono de destilaria deve pagar R$ 350 mil em rescisões

2007-03-29 19:27:00

O proprietário da Destilaria Centro Oeste Iguatemi, Nelson Donadel, deve pagar aproximadamente R$ 350 mil em rescisões trabalhistas a 409 trabalhadores encontrados nas dependências da empresa em situação considerada degradante. Conforme o procurador do Trabalho Jonas Ratier Moreno, o dono da destilaria é médico do trabalho e, mesmo na condição de contratante examinava os empregados. O comportamento, considerado anti-ético, será incluído nas inúmeras ações contra Donadel.

Os trabalhadores foram resgatados nesta quinta-feira, dia 28, pela equipe do Grupo Especial Móvel de Fiscalização do MPT (Ministério Público do Trabalho) após denúncia feita em Dourados. Entre os empregados estava um grupo de 150 indígenas guarani e terena de Coronel Sapucaia, Amambai e Dourados. Todos tiveram os contratos rescindidos e começam receber os direitos a partir desta sexta-feira, dia 30.

De acordo com o procurador, o proprietário da destilaria vai responder pelas condições em que os trabalhadores foram encontrados, sem qualquer tipo de equipamento de proteção individual e em alojamento irregular precário. Os empregados foram contratados em janeiro, alguns em março, mas estavam sem salário. Sem equipamento de proteção para o corte da cana, alguns compravam do bolso, inclusive as ferramentas de trabalho.

As condições em que foram encontrados os indígenas revoltaram o grupo. Eram 150 pessoas dormindo em um espaço destinado a 50. “Eles não têm noção do que ser humano”, desabafou Jonas Ratier.

Em janeiro deste ano, a empresa teve a obra da empresa foi interrompida por recomendação do MPE (Ministério Público Estadual). A procuradoria de Iguatemi pediu a suspensão até que a empresa providenciasse a licença ambiental. A empresa voltou à atividade por força de uma liminar.

Usinas – Ainda no início do ano, um grupo formado pelo MPT e ativistas sociais alertaram para a instalação de usinas de álcool em Mato Grosso do Sul. A preocupação é com a desestruturação de sociedades indígenas e exploração de trabalhadores.

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