15.1 C
Amambai
sábado, 20 de abril de 2024

Comércio: Dólar baixo prejudica MS

2007-04-14 15:51:00

Enquanto os comerciantes paraguaios comemoram o crescimento das vendas, no lado brasileiro da fronteira e em cidades principalmente na região sul do Estado, alguns setores enfrentam a pior crise dos últimos anos. Com a desvalorização do dólar em relação ao real, as lojas de Pedro Juan Caballero já amanhecem lotadas de turistas, oriundos principalmente de cidades de Mato Grosso do Sul. Apenas uma pequena porcentagem vem de outros estados para fazer compras no comércio de importados do Paraguai. Com o aumento do fluxo de brasileiros do outro lado da fronteira, os reflexos negativos atingem todo o comércio do Estado. De pneus até gêneros alimentícios são comercializados com preços menores que os praticados no Estado.

Ontem a presidente da Associação Comercial de Ponta Porã (ACPP), Silvia Marli Eidt, disse que a desvalorização do dólar está para causar um colapso na economia local, já que todos os setores registram prejuízos. "Vamos continuar insistindo para que os nossos governantes implantem uma política diferenciada para o setor produtivo da fronteira. Se não fizerem isso, muitos não conseguirão manter seus comércios, o que seria um desastre para o município".

Para Silvia Marli, hoje os prejuízos podem ser contabilizados nos supermercados, nos postos de combustíveis e nas lojas do comércio em geral. "É preciso que nossas autoridades, principalmente os políticos, que vêm aqui em épocas de campanha eleitoral em busca dos nossos votos, tomem providências para que possamos nos manter e crescer gerando mais empregos para a população".

Antigamente o comércio paraguaio concorria apenas com os eletrônicos brasileiros. Mas hoje a concorrência se estende a todos os setores, desde padaria até ao posto de combustíveis. O representante do Sindicato dos Proprietários de Postos de Combustíveis, Sinpetro, Ademir Fernandes, está mobilizando os comerciantes da fronteira e através de documentos que estão sendo encaminhados para a Receita Federal, Polícia Federal, Exército, Ministério Público e Governo do Estado, estão cobrando providências para coibir a concorrência que eles classificam como suja do lado paraguaio, que estaria inclusive invadindo território brasileiro.

Segundo o comerciante Valmir Frediane, do Supermercado Nippon, disse que a concorrência paraguaia atingiu fortemente o seu comércio no final de 2004, quando aconteceu a inauguração do Maxi Supermercados, em Pedro Juan Caballero. "Naquele mês da inauguração nossas vendas caíram cerca de 30% e depois permaneceram baixas. Houve uma grande preocupação com essa concorrência".

Frediane disse que a recuperação só veio no final de 2005, quando em dezembro o comércio recuperou 17% dos 30% que havia perdido. "Depois disso tivemos mais recuperação em janeiro, fevereiro e março".

Para o comerciante da fronteira, a maior dificuldade está nos produtos brasileiros que são exportados para o Paraguai. "A Unilever, por exemplo, vende para o Paraguai e como o país vizinho tem uma carga tributária mais baixa, eles conseguem vender para o consumidor final por um melhor preço. Mas nós temos discutido com o distribuidor dessa indústria e ele tem nos concedido descontos. Dessa forma, reduzimos também a nossa margem de lucro e assim podemos oferecer um preço não mais baixo, mas com uma diferença muito menor em relação ao que seria praticado". O atrativo no lado brasileiro são os prazos de pagamentos, que variam de 45 a 60 dias.

O gerente de uma loja de móveis, eletrônicos e eletrodomésticos da fronteira, pediu para que seu nome fosse mantido sob sigilo, disse que a concorrência com os produtos paraguaios com a cotação do dólar em baixa é muito prejudicial ao comércio brasileiro. "Fica difícil de concorrer, já que a população que mora aqui muitas vezes consegue até parcelar o pagamento dos produtos do outro lado. O nosso atrativo aqui é que damos a garantia de no mínimo um ano para todos os produtos e o crediário pode ser feito em 3 parcelas, em um ou dois anos. Depende da necessidade do cliente. O que a gente sente é que o consumidor se sente mais seguro comprando aqui".

Leia também

Edição Digital

Jornal A Gazeta – Edição de 19 de abril de 2024

Clique aqui para acessar a edição digital do Jornal...

As Mais Lidas

Casal é preso acusado de matar e decapitar jovem indígena em Amambai

Vilson Nascimento Por meio de um trabalho rápido e eficiente...

Homem e mulher tem veículo alvejado por disparos em Amambai

Vilson Nascimento A Polícia Civil está apurando uma tentativa de...

Portuguesa vence Náutico por 2 a 0 diante da torcida

Vitória do time rubro-verde de Mato Grosso do Sul!...

Quartas de final do Intervilas 2024 acontecem nesta segunda e na sexta-feira em Amambai

Vilson Nascimento Tem início previsto para a noite desta segunda-feira,...

Enquete