2007-01-26 09:16:00
Sempre que minhas opiniões enveredam por uma análise, ainda que superficial, do comportamento dos brasileiros, sinto um pouco de constrangimento em expressar aquilo que realmente penso de parte do nosso povo, até porque sou um deles. O colunista Diogo Mainardi da revista Veja é muito mais corajoso que eu e já taxou o brasileiro de covarde, ordinário, barato e mais uma penca de adjetivos nada lisonjeiros a respeito. Tento ser mais comedido, mas parece que não há como ficar mais em cima do muro.
Para começar, o brasileiro não tem educação. Somos um bando de ignorantes indisciplinados a começar pelo presidente da República, um arrivista semi-analfabeto que teve a seu favor a ocasião e já mencionada ignorância popular para assumir o poder. Em quatro anos não fez rigorosamente nada que melhorasse as condições de vida das pessoas. Ou melhor, acha que fez, dando uma esmola denominada “Bolsa Família”. A educação e a disciplina que deveriam ser o esteio de um povo civilizado e preparado não avançaram um milímetro nesses últimos anos. Há exceções, mas a maioria das escolas continua a oferecer instrução e educação de baixíssimo nível, os professores não fazem reciclagem periódicas de atualização e são pessimamente remunerados – na verdade, fazem até mais do que podem. Não sou especialista no assunto e nem quero me arvorar de dono da verdade, mas acho impossível uma melhora do Brasil se não repensar tudo o que aí está, e é óbvio, começando pela educação. Países, nossos vizinhos, como Chile, Argentina, Uruguai e Peru têm uma população muito mais esclarecida, mais preparada e educada que a nossa. O que dizer então dos chamados “Tigres Asiáticos” cujas economias têm crescimento econômico e social que nos “matam de inveja”. Até o Vietnam que viveu uma guerra sanguinária há poucos anos já nos superou.
Escrevi toda essa “baboseira” acima para cometer um pequeno desabafo e fazer um lembrete aos senhores pais. Como se sabe a educação começa em casa. É essencial que desde criança a pessoa tenha consciência do que é a convivência em sociedade, que os direitos são iguais e devem ser respeitados.
Vivo há 14 anos em Amambai e se não amasse essa cidade eu já teria ido embora, por isso fico à vontade para criticar alguns aspectos. Gosto das pessoas daqui , sou bem relacionado, tenho emprego e, por temperamento, sou uma pessoa fácil de lidar. Um pouco chato, é verdade, mas via de regra me dou bem com todos.
Entretanto, algumas coisinhas vêm me incomodando há algum tempo. Por exemplo: porque a molecada tem que colocar o som de seus carros lá nas alturas se perturbam as pessoas que vivem nas cercanias por onde eles trafegam? Porque eles bebem demais, pegam seus “possantes” e, quase sempre, causam acidentes trágicos como os que temos visto ultimamente, ceifando vidas preciosas? Porque o garotão fica passando trote nos Bombeiros e na Polícia instituições que existem para nos proteger?
As pessoas aqui da região costumam culpar os índios por todas as “coisas mal feitas”. É cômodo e quase ninguém contesta. Mas é um terrível engano achar que somente os índios são culpados. Na maioria das vezes são os brancos marmanjos e “meninos da nossa melhor sociedade”.
Só para ilustrar. Plantei duas arvorezinhas na frente da minha casa para fazer sombra para os transeuntes e caminhantes. Um safado roubou uma das árvores. Indignado liguei para o secretário do Meio-ambiente para contar o ocorrido. Sabem o que ele me relatou? Que plantou seiscentas, eu disse seiscentas, árvores na saída para Caarapó para que fizessem sombra para nossos conterrâneos que costumam caminhar naquele trecho e roubaram todas. Roubaram seiscentas árvores de uma vez. E não deve ter sido índio, afinal índio deve estar de saco cheio de árvores que não lhe dê em alimentos. Fosse mandioca, talvez…
Se não foram os mesmos que passam os trote, fazem cavalo-de-pau e outras safadezas são da mesma laia. Um pouco de educação, responsabilidade e senso de convivência para esses “garotões” seriam muito bem-vindos.
Que tipo de gente estamos formando? O que será do ser humano dentro de algumas gerações? Tenho vergonha de certas coisas.
Cuidado com ele!!!
O presidente da República deve acreditar piamente que ele é um Messias e que nós, 180 milhões de brasileiros, somos um bando de otários. Tá certo que uma parte que votou nele, é mesmo. Mas, daí a querer enfiar o tal Plano de Aceleração de Crescimento nossa goela abaixo já é demais. Não sou versado em economês, mas pelas análises que li, de gente importante e profunda conhecedora da matéria, o PAC é apenas mais um factóide criado pelo governo para movimentar o noticiário. Nada de novo. Aliás, o cientista político Leôncio Martins Rodrigues alerta, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, para o fato de que Lula já está pavimentando a mudança na Constituição para exercer um terceiro mandato. Temos semi-analfabetos suficiente para elegê-lo novamente. Olho nele!