2007-05-12 13:13:00
O vereador Genildo Mendes (PT), de São Gabriel do Oeste, foi preso na manhã desta sexta-feira (11 de maio) após flagrante de extorsão contra a presidenta da Câmara, Maria Marilene Zatti (PMDB), de quem o detido exigiu R$ 20 mil para cessar com denúncias contra a chefe do Legislativo. A prisão foi efetuada por uma equipe do Unicoc (Unidade Integrada de Combate ao Crime Organizada) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado), com apoio do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil de São Gabriel do Oeste.
Maria Zatti informou as autoridades na noite de quinta-feira, que Genildo Mendes exigia R$ 20 mil para parar com denúncias que ele levantara sobre a cessão da vereadora – que é professora municipal – para o Coredes Norte (Conselho Regional de Desenvolvimento da Região Norte). O caso foi apresentado ao promotor de Justiça Alexandre Magno Benites Lacerda e ao delegado Gustavo Ferraris, que solicitaram apoio ao Unicoc. O MPE conseguiu do juiz Atílio César Júnior autorização para gravar o flagrante com câmeras escondidas e sistema de áudio.
Na manhã desta sexta-feira, a vereadora Maria Zatti se encontrou com Genildo Mendes na Câmara dos Vereadores, por volta das 11h. Durante a reunião, monitorada pelo Unicoc, o acusado afirmou que se a presidente da Câmara pagasse os R$ 20 mil, ele pararia com as denúncias. Após receber o dinheiro, Mendes recebeu voz de prisão em flagrante.
O promotor Lacerda informou que o vereador será denunciado pelos crimes de concussão (que prevê pena máxima de oito anos), improbidade administrativa e conduta antiética, podendo ser submetido a processo de cassação. Ele foi levado para a cela masculina existente no Presídio Feminino de São Gabriel, onde permanecerá até ser ouvido. Depois, o vereador será transferido para Campo Grande.
Conforme informações do MPE, Mendes teria intensificado a “pressão” contra a vereadora a partir de 17 de abril. Maria Zatti foi denunciada ao Ministério Público pelo vereador preso, por conta de sua cessão, por parte do município, para atuar no Coredes Norte. O fato é encarado como uma discussão administrativa pelo Ministério Público, e segundo o promotor, continuará a ser investigado de forma independente.