2009-08-20 09:03:00
O BDR (Bloco Democrático e Reformista), composto em nível nacional pelo PSDB-DEM-PPS, tem como propósito uma aliança com o PMDB para a reeleição do governador André Puccinelli, mas enquanto o acordo não é fechado trabalha para se fortalecer e viabilizar uma possível candidatura ao governo, encabeçada pela senadora Marisa Serrado (PSDB). Essa é a estratégia dos três partidos no momento, revela o vice-governador Murilo Zauith (DEM), durante visita a redação do site Midiamax na tarde de ontem (19).
Mas o BDR tem um plano mais ambicioso: atrair o PDT e fechar uma constelação com muito mais poder de fogo, para encarar uma candidatura própria ou negociar com André em situação confortável. Com a composição atual, o bloco reivindica a vaga de senador a Murilo e a de vice ao PSDB, que ainda não tem um nome fechado. André não diz nem que sim, nem que não. Só quer conversar a respeito no ano que vem.
Sobre esse assunto, Murilo disse ter conversado com o deputado estadual e presidente regional do PDT Ary Rigo e com o ex-conselheiro do Tribunal de Contas, João Leite Schimidt. “O PDT está passando por um processo de disputa de comando. Temos que esperar isso se definir”. Na avaliação de Murilo, a disputa interna no PDT não direciona, necessariamente, o partido para apoiar esta ou aquela candidatura no ano que vem. Seja quem for que assuma o controle da sigla (Rigo ou o deputado federal Dagoberto Nogueira), nenhuma porta estará fechada.
Mesmo sem o PDT, o BDR sabe a força que tem e aposta nesse trunfo para convencer André a ceder o que pede. São oito minutos no horário gratuito de TV, somados os tempos do PSDB, DEM e PPS. O PMDB, sozinho, tem 5 minutos, apenas. “O horário político é muito importante, sobretudo em Campo Grande, onde 80% dos votos são conquistados pela televisão”, enfatiza Murilo.
André x PT- Hoje, o governador voltou a dizer que se o PT quiser, a vaga ao Senado é dele. No caso, do senador Delcídio Amaral. Murilo acha a estratégia correta. “O André tem que fazer o que é preciso para facilitar sua reeleição. Nós é que temos de buscar nosso espaço”. Na eventualidade de vingar esse cenário, o bloco teria de lançar candidatura própria ao governo, até para formar palanque ao candidato tucano à Presidência da República, que pode ser o governador de São Paulo José Serra.
De qualquer forma, as lideranças do BDR sabem que não virá do PMDB nenhum gesto afirmativo neste ano. André tem repetido que só vai sentar para discutir alianças no ano que vem. Até lá o jeito é articular e se fortalecer.
De importante para o jogo político só acontece, nos próximos dias, a definição de comando no PDT. Ary Rigo é tido como alinhado com o governador André Puccinelli, enquanto Dagoberto se entende melhor com Zeca do PT. Para o lado que o PDT pender, pode estar sinalizando o rumo que vai tomar ano que vem. Essa é a leitura que faz o vice-governador, reiterando que nenhuma hipótese pode ser descartada. Com Rigo ou Dagoberto, o PDT pode ir de André ou Zeca em 2010.
Também será interessante ver como vai se comportar o PT nas eleições internas de novembro. Se a candidatura do ex-vereador Marquinhos, de Paranaíba, for de fato a única ou vencer com larga margem de diferença os rivais, a candidatura própria de Zeca sai fortalecida. Caso contrário, ainda há possibilidade de André atrair os petistas ao seu palanque. E nesse caso o BDR precisa estar preparado para seguir outro rumo.
