2007-08-11 12:19:37
Um mapa levou a Polícia Federal (PF) a desenterrar na noite de quinta-feira (9) uma parte da fortuna do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia, o Chupeta, preso
Na apreensão realizada no interior paulista, o morador da casa – também colombiano, foi preso junto com um motorista. Os dois são acusados de lavagem de dinheiro. O motorista recebia R$ 7 mil por mês de Abadia para guardar a fortuna. Ontem, a PF apreendeu
O superintendente disse também que Abadia pode ser transferido a qualquer momento. Ele deve ser levado para o presídio federal de segurança máxima
Enquanto seguem as investigações
A PF identificou 16 empresas que podem ter sido usadas para lavar o dinheiro do tráfico de drogas, entre a Colômbia e os Estados Unidos. Uma delas é um escritório de importação e exportação em Pinheiros, na Zona Sul da Capital, que está trancado e com dois cães soltos no estacionamento. As investigações mostraram ainda que o colombiano tentava abrir uma empresa da táxi aéreo no país.
No Brasil, Ramirez Abadia é processado por lavagem de dinheiro. A PF diz que ele não se afastou dos traficantes colombianos. “Ele estava aqui para lavagem de dinheiro. Mas ele não deixou de participar do grupo que vinha traficando”, disse Jaber Saad, superintendente da PF. A polícia também pediu a prisão preventiva de 12 pessoas envolvidas com o traficante. Uma delas é a mulher de Ramirez Abadia. A organização liderada pelo colombiano vendia cocaína na Europa e nos Estados Unidos, onde possuía ampla rede de distribuição. O dinheiro obtido na venda era retirado dos EUA através do México, enquanto o lucro da droga distribuída aos europeus saía do continente por meio da Espanha.
Do México e da Espanha, o dinheiro era transferido para o Uruguai. Era aí que entravam em ação as empresas “laranjas” de Abadia no Brasil. As empresas, dos mais diferentes ramos, como comércio exterior, embarcações, e imóveis, faziam negócios no Uruguai, tornando lícito o dinheiro que entrava no Brasil. Já dentro do país, o traficante investia em imóveis (hotéis e mansões), na indústria e na aquisição de carros.