2007-01-21 12:49:00
Vilson Nascimento
Após mais de um ano sem desavenças, a disputa entre grupos pelo controle da reserva indígena volta a gerar confrontos e fazer vítimas na Aldeia Amambai uma das maiores aldeias da região, situada a cinco quilômetros da cidade em Amambai e com uma população estimada em 7 mil índios guarani-kaiowá segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio).
Nesse domingo pela manhã o desentendimento entre os dois grupos que disputam o comando da reserva, um encabeçado pelo atual “capitão” da aldeia Rodolfo Ricarte e o outro encabeçado pelo atual vice-capitão da reserva, Italiano Vasque, acabou gerando confronto, deixando quatro índios feridos, dois à bala e um a facada.
O confronto aconteceu por volta das 8h quando o grupo liderado por Italiano Vasque realizava uma reunião no Posto Indígena da aldeia e teria chagado ao local, membros do outro grupo, o grupo liderado pelo capitão Rodolfo Ricarte. Segundo os próprios indígenas foram pelo menos dez minutos de confronto.
Hermes Quavedo de 43 anos levou uma paulada na cabeça, causando um corte profundo e outra no braço, que fraturou o pulso esquerdo. Erculano Benites de 41 anos teria levado um tido sem maiores gravidades e Cassimiro Lemes de 50 anos teve a perna esquerda fraturada, segundo a equipe médica do Hospital Regional de Amambai que atendeu os três feridos, por um projétil de arma de fogo. Eles, todos residentes na Aldeia Amambai, pertencem ao grupo que defende a eleição de Italiano Vasque como capitão da reserva.
Outro Ferido
O outro indígena ferido no confronto, Celino Fernandes de 53 anos, também residente na Aldeia Amambai foi atendido no Hospital Santa Joana em Amambai e permanece internado em observação. Ele levou uma facada na barriga e em um dos dedos da mão, mas não corre risco de morte, segundo o hospital.
Sem Ação
Apesar do violento confronto da manhã e do clima extremante tenso no interior da reserva indígena, com riscos iminentes de novos confrontos, nenhuma autoridade compareceu ao local para tentar mediar a situação.
As polícias Civil e Militar de Amambai não estão autorizadas pelos seus superiores hierárquicos a agirem em questões internas nas aldeias e a Polícia Federal de Ponta Porã, apesar de ter sido comunicada sobre o fato, não informou se vai ou não deslocar equipes para a aldeia em Amambai para invstigar o caso.
Segundo a Polícia Civil de Amambai o Ministério Público Federal também teria sido informado sobre a situação no interior da reserva. A Funai também está ciente da situação na aldeia, mas tenta administrar a questão de fora, sem entrar na reserva, segundo a polícia.