2007-01-24 15:10:00
Elizângela Marques
A pirataria é o assunto do momento. A indústria da falsificação está se
especializando a cada dia, de CDs a remédios, passando por tênis, roupas,
bebidas e programas de computador. E com isso fica cada vez mais difícil
diferenciar produtos falsificados dos originais. Também conhecidos como
piratas, porque imitam outros de marcas famosas, esses produtos são hoje um
problema de produção em massa, de produção industrial.
O Paraguai sempre foi conhecido pela variedade de produtos falsificados.
Diante dessa realidade uma nova Lei contra a Pirataria foi promulgada em
1999 com o objetivo de combater a venda de produtos falsificados no País. Em
Pedro Juan Caballero o resultado do aumento da fiscalização é a queda no
número de apreensões. De acordo com o Departamento de Delitos Econômicos, os índices caíram mais de sessenta por cento em cinco anos.
"O objetivo é este, dificultar cada vez mais a venda de produtos pirateados.
Já temos resultados mas, não vamos parar por aí, vamos intensificar ainda
mais a fiscalização e tentar diminuir os números de produtos de segunda
linha no comércio em Pedro Juan Caballero", comenta o comissário Valter
Gomes .
Ainda segundo ele, o maior número de produtos falsificados são encontrados
nas barracas no centro da cidade a maioria das grandes lojas está tentando
se adequar a Lei e vendendo produtos originais, mas, nos camelôs ainda
encontramos produtos pirateados, ressalta Gomes.
O secretário da Câmara de Comércio, Tomás Medina, confirma a nova estratégia
dos comerciantes em investir em produtos originais não encontram mais
espaço para vender piratas. A maioria das pessoas procura produtos com
garantia do fabricante porque podem ter certeza da qualidade. É difícil hoje
encontrar em uma loja de médio, grande porte uma mercadoria falsificada”,
comenta ele.
Kalil El hage confirma. Comerciante há mais de vinte anos em Pedro Juan
Caballero diz que é muito mais rentável vender produtos originais porque
são produtos mais baratos que os falsificados. Hoje a tecnologia está mais
barata, rádio comunicadores que antes custavam 400 dólares hoje saem pela
metade do preço, mesma coisa para celulares. Quem que vai preferir vender
pirata, se arriscar se pode oferecer ao cliente um produto original com
procedência e num preço atrativo?, ressalta El Hage.
Na maior área de vendas do Paraguai, Shopping China, os investimentos também
são para a venda de produtos com garantia de fabricação já vendemos
réplicas de bolsas Luis Vuitton, mas o cliente nunca foi enganado, sabia que
as bolsas não eram originais. Mas, hoje nós abolimos essa política e tudo
que está à venda, de perfumes a bebidas, é original. Desafio a qualquer um a
provar o contrário encontrar em mais de cem mil produtos algum de segunda
linha na loja, comenta um dos proprietários Felipe Cogorno.
Desafio que só confirma a credibilidade da loja com mais de setenta anos de
tradição o cliente ainda sabe onde encontrar produtos alternativos, mas ele
mesmo não quer. O consumidor está mais exigente, sabe da importância de
comprar produtos com garantia. Com essa nova linha de trabalho a loja ganhou
novos consumidores e CDs e DVDs originais são os mais procurados, diz ele.
Risco
O comprador de produtos pirateados corre risco de levar para casa objetos
com defeito ou falhas e ainda não tem há quem recorrer, já que piratas não
têm garantia. Os falsificadores usam os mesmos rótulos e embalagens de
produtos conhecidos para enganar quem os compra, muitas vezes, fazendo
pensar se tratar de um produto original. O pior é que além disso, no
Paraguai, o consumidor também é responsabilizado se for pego comprando
produtos piratas.
Algumas lojas acabam fechando os olhos para esse problema e sendo coniventes
assim com a pirataria. Muitas delas não verificam a procedência das
mercadorias que vendem, e visando somente o lucro, compram de fornecedores
obscuros, que muitas vezes entregam produtos falsificados a preços muito
menores.
Brasil
A novidade é que, seguindo a tendência mundial, mas em ritmo mais forte do
que o ritmo dos demais países, o Brasil dispara a cada dia rumo ao topo do
ranking da pirataria. As estatísticas comprovam, segundo a Associação
Brasileira de Empresas de Software (ABES) mais da metade dos programas de
computador hoje utilizados no país são falsificados. Na indústria
fonográfica foram computados prejuízos de R$ 700 milhões somente em 2001,
números que se repetem em outros segmentos da economia atingida pela
pirataria.
Contrariando as estatísticas em Ponta Porã são apreendidos poucos produtos
falsificados na nossa região são apreendidos cigarros e brinquedos em
grande quantidade. Mas, não produtos falsificados. No início do ano passado
prendemos o único grande carregamento de Cds e DVDs piratas, em uma operação
conjunta com a Polícia Federal, depois não tivemos mais casos, tanto que nem
estatísticas temos de apreensões como esta, explica Ricardo Augusto de
Souza Franco, chefe sessão aduaneira da Receita Federal.