2007-01-19 10:54:00
Vilson Nascimento
Após dois anos de muito trabalho e acúmulos de provas, a Polícia Civil de Amambai anunciou, na semana passada, a conclusão das investigações sobre o assassinato do pecuarista Maronis Moreira Brum, de 54 anos, morto a tiros no dia 21 de janeiro de (2005) ao chegar em sua residência, situada na Vila Claudia, em uma área nobre da cidade em Amambai.
Segundo a polícia as investigações chegaram a conclusão que o crime foi cometido durante uma tentativa de assalto e o produtor rural só teria sido assassinado porque teria tentado reagir a ação do marginal. Dois indivíduos, um acusado de efetuar o disparo e outro indiciado em inquérito por co-autoria já estão presos em um presídio de segurança máxima na capital do Estado, Campo Grande.
O Crime
Segundo as investigações levantadas pela polícia através de provas técnicas e de depoimentos de testemunhas, a maior parte prestadas por pessoas ligadas a atos criminosos que mantinham contatos com o assassino, a intenção do autor dos disparos, Ramão Aguajo, o “Paraguaio” de 25 anos, natural de Caarapó, mas na época do crime, residente em Coronel Sapucaia, tinha como objetivo roubar a caminhonete do pecuarista, mas ao notar a ação do marginal, Maronis teria reagido e tentado tirar a arma do acusado, foi quando Paraguaio teria disparado, vindo a acertar um dos tiros na mão esquerda que transfixou e atingiu o ombro de Maronis e mais dois no peito.
As investigações concluíram também que a arma utilizada para praticar o crime, um revólver calibre 38 oxidado, teria sido repassado a Ramão Aguajo por Rogelio Maidana Durant, procurado por tráfico de drogas, que foi ferido a tiro e preso pela Polícia Civil em fevereiro do ano passado (2006) durante uma ação policial em uma chácara na região do Córrego Panduí em Amambai. Segundo a polícia as investigações levantaram que após matar Maronis durante a frustrada tentativa de assalto, Paraguaio teria devolvido a arma a Rogelio Maidana, que foi indiciado como co-autor do crime, mas tal arma não foi localizada pela polícia.
A Prisão do Acusado
Ramão Aguajo, o “Paraguaio” também foi preso em 2005 por uma equipe da Polícia Militar de Amambai, mas não pelo assassinato do pecuarista e sim por estar portando uma pistola calibre 45mm, arma considerada de uso proibido.
Recolhido ao EPAM (Estabelecimento Penal de Amambai) ele teria cometido atos de indisciplina e acabou sendo transferido para o presídio em Campo Grande. Segundo a polícia ao descobrir que as equipes de investigações tinham em seu poder, informações suficientes para incriminá-lo pelo assassinato de Maronis, Aguajo, que já tem mandado de prisão expedido pela Comarca de Caarapó por quebra de regime e é suspeito de ter tomado uma caminhonete em assalto a mão armada em Caarapó no ano de 2004, teria adotado uma estratégia de defesa, que era ameaçar, através de telefones celulares, as pessoas que tinham conhecimento sobre o assassinato do pecuarista e poderiam depor em seu desfavor.
Em uma das mensagens de texto enviadas pelo acusado a uma das testemunhas, Paraguaio digitou a seguinte frase “Só Deus pode te perdoar, Eu só posso promover seu encontro com ele”, dizia uma das mensagens. Em outra das várias mensagens enviadas á testemunhas do caso, Paraguaio segue ameaçando, “Kero ke não me complikem mais, cagueta, você e sua mãe vai por inferno”, concluiu. Ouvido pela polícia no presídio em Campo Grande, Ramão Aguajo negou as acusações. Já Rogério Durand disse que só fala sobre o caso perante juízo.
Diante de todas as provas levantadas o delegado encarregado das investigações do caso em Amambai Dr. Claudines Galinari, representou e a Justiça decretou a prisão preventiva de Ramão Aguajo. Ele permanece preso no presídio de segurança máxima em Campo Grande à disposição da Justiça.