2012-12-06 08:53:00
Vilson Nascimento
Um grupo de pelo menos dez homens fortemente armados com fuzis e pistolas invadiu a agência do Banco do Brasil, explodiram o cofre central com o emprego de dinamites e fugiram levando cerca de R$ 290 mil reais, na noite dessa quarta-feira, 5 de dezembro em Aral Moreira, na fronteira com o Paraguai.
De acordo com o comando do 4º Batalhão de Polícia Militar com sede em Ponta Porã, unidade a qual o Grupamento PM de Aral Moreira pertence, a agência bancária não conta com guarda e o sistema de segurança é realizado por meios eletrônicos.
Ação foi planejada
Segundo a Polícia Militar, a ação dos marginais que agiram, parte de “cara limpa” e parte usando capuz, foi amplamente planejada.
No decorrer do dia dessa quarta-feira, os marginais teriam percorrido os órgãos de segurança pública do município, as polícias, Civil e Militar, segundo a polícia, usando como pretexto colher informações sobre multas e outros delitos, mas na realidade com o objetivo de analisar efetivos e as condições de uma possível força de reação.
Segundo a polícia, durante a ação criminosa o bando quebrou a porta de vidro de acesso ao interior da agência bancária e se dirigiu até o cofre. Como o cofre só é aberto em horário programado, os marginais usaram bananas de dinamites para arrombar.
Para a polícia os criminosos fizeram um amplo levantamento sobre todo o funcionamento da agência e agiram com possíveis informações privilegiadas, já que justamente nessa quarta-feira, dia da ação, o banco teve os cofres reabastecidos.
Eram todos paraguaios
Segundo a Polícia Militar, todos os marginais eram de nacionalidade paraguaia ou pelo menos com sotaque da língua estrangeira.
As informações foram passadas por um cabo da Polícia Militar de Aral Moreira, que teria inclusive chegado a ficar refém do grupo por alguns instantes. Ele foi rendido dentro do Grupamento PM, que fica na linha internacional que separa Brasil e Paraguai e ficou retido por membros do grupo enquanto o restante se deslocou até a agência para praticar o roubo.
A explosão provocada para abrir o caixa da agência foi bastante forte e teria assustado os moradores da região.
Segundo o comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, Coronel Valdecir Escalhar, a Polícia Militar, bem como os demais organismos policiais que atuam no setor preventivo e investigativo, estão atuando no caso para tentar identificar os membros da quadrilha.
Tudo indica que após arrombar o cofre da agência bancária, que fica na região central da cidade, em Atal Moreira, os marginais, que estavam em uma caminhonete, mas supostamente também tiveram cobertura de um segundo veículo, tenham cruzado a fronteira e entrado em território paraguaio.
A agência do Banco do Brasil de Aral Moreira fica a cerca de 300 metros da linha internacional que separa Brasil e Paraguai.
Em Aral Moreira os efetivos, tanto da Polícia Civil como da Polícia Militar são extremamente reduzidos e as condições de trabalho são extremamente precárias.
Só para se ter uma idéia, há cerca de um ano, apesar de estar situada na fronteira com o Paraguai, a Delegacia de Polícia Civil local não conta com um delegado titular. Quem responde pelo expediente na Delegacia é um delegado da cidade de Ponta Porã, a cerca de 100 quilômetros de distância.
Matéria atualizada às 9h18
