2007-03-26 11:46:00
A suspensão dos programas sociais pelo governador André Puccinelli (PMDB) foi alvo de críticas, no último sábado (24), na Câmara de Vereadores do município de Coxim, por parte do deputado federal Antonio Carlos Biffi (PT/MS), que adiantou para esta semana a explanação de um pronunciamento na tribuna da Câmara dos Deputado, onde cobrará o retorno imediato das políticas de inclusão social no Estado.
"Não somos partidários da política quanto pior melhor. Antes de qualquer coisa, sou cidadão sul-mato-grossense e, por isso, torço para que o atual governo estadual faça a coisa certa, mas nada justifica os cortes de gastos no setor social", lamentou o parlamentar.
Biffi lembrou que a arrecadação do Estado chegou, nos últimos meses, a uma média de R$ 330, com os investimentos dos programas sociais, consumindo, no máximo, R$ 7 milhões e atendendo mais de 80 mil famílias.
Na avaliação do parlamentar, a suspensão dos programas Bolsa Escola e Segurança Alimentar vem gerando uma demanda sem precedentes para as prefeituras. Na área de assistência social, o parlamentar alertou para o aumento da criminalidade, mendicância e o retorno das crianças às ruas das grandes cidades do Estado. Já na área da saúde, Biffi destacou a procura pelos postos de saúde, com o crescente casos de doenças associadas a desnutrição.
"Agora a implicação mais direta é na vida escolar, provocando a repetência e a evasão em um momento que brigamos para aprovar o Fundeb, o que irá melhorar a qualidade do ensino público e a inclusão do ensino infantil", ponderou.
De acordo com o parlamentar, as duas ações – o atraso nas duas últimas parcelas ocasionadas pelo ex-governador, Zeca do PT, e a suspensão do atual governo-, atingem duramente a população de baixa renda, que já contava com o dinheiro no orçamento doméstico. Biffi admitiu a necessidade de corrigir distorções no cadastro, lembrando que o programa deixou de ser um marca do PT e foi incorporada como política pública e obrigação do Estado.
"Caso o governador André Puccinelli não reavalie sua posição, Mato Grosso do Sul corre o risco de regredir na conquista do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), do qual saímos da décima oitava posição – marca deixada pelo último governo do PMDBno Estado – , e saltamos para a oitava posição no governo do PT, atingindo o patamar invejável dos Estados mais ricos da federação e servindo de referência nacional para políticas de inclusão social", alertou.