2007-06-26 08:10:37
Reportagem divulgada ontem, segunda-feira, pelo jornal ABC Color, do Paraguai, informa que estaria havendo uma guerra entre cartéis que seriam dois das grandes responsáveis pelo abastecimento de maconha para o Brasil. Segundo o jornal de Assunção, a prova disso seria uma apreensão de 10 toneladas de maconha feitas no começo do mês, na região Kumandakái, departamento de Canindeyú, que só teria ocorrido por que a organização liderada pelo traficante Líder Cabral Arias teria facilitado a ação da polícia.
A suspeita dos agentes da Polícia Nacional do Paraguai, conforme o jornal, é que a carga de entorpecente, uma das maiores já apreendidas no País vizinho, seja de responsabilidade da quadrilha chefiada por um traficante identificado como Juan Carlos Portillo, também conhecido como Carlos Pedro Juan. O destino seria o Brasil.
Conforme o ABC Color, a investigação apontou que integrantes da organização de Líder Cabral teriam fornecido dados considerados essenciais para que o carregamento fosse descoberto.
O jornal identifica como um dos responsáveis pelo "vazamento" de informações sobre o entorpecente, um homem identificado como Luis Maldonado Zarza, ou Luis Planeta, atualmente hospitalizado em Foz do Iguaçu, após levar quatro tiros, em um ataque atribuído à quadrilha de Carlos Pedro Juan..O crime teria sido encomendado por US$ 20 mil.
Esse fato, segundo a reportagem, confirma que estaria ocorrendo uma guerra entre as duas facções.
"Herança" – O narcotraficante Líder Cabral Arias é conhecido na região de fronteira do Brasil com o Paraguai. Ele teria herdado o posto da família Morel, que teve vários integrantes mortos, supostamente a mando do traficante brasileiro Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, 39 anos. Em 2002, houve um confronto entre os homens do traficante carioca e de Arias, que provocou a morte de 10 pessoas, e um filho de três anos do criminoso paraguaio. Desde então, ele teria se transformado no maior rival de Beira-Mar na fronteira.
Arias controlaria a produção de maconha e a distribuição de drogas em pelo menos 400 quilômetros da fronteira do Paraguai com o Brasil. Não há indicativos, segundo a apuração do jornal paraguaio, de que Beira-Mar tenha relação com essa guerra atual entre as facções de traficantes.