2007-05-26 15:43:00
Apenas dez dos 48 presos na Operação Navalha continuam atrás das grades. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, concedeu nesta sexta-feira liberdade para os sobrinhos do governador do maranhão, Jackson Lago. Alexandre Lago e Francisco de Paula Lima Junior são acusados de ter recebido R$ 240 mil da Gautama para repassar ao tio.
O dono da construtora Gautama, Zuleido Veras, ainda está preso. Ele vai prestar depoimento neste hoje..
Mas muitos que deixaram a carceragem da Polícia Federal em Brasília agora estão desempregados. Em Alagoas, foram exonerados dos cargos os cinco funcionários do estado presos na operação, entre eles o secretário de Infra-estrutura Adeilson Teixeira e o subsecretário, Denisson Tenório.
No Maranhão, apenas o fiscal de obras Sebastião Franco foi afastado das funções;
No Piauí, Jorge Targa Juni foi demitido da presidência da companhia energética do estado, mas não perdeu o emprego de servidor público. Outros acusados estão trabalhando. Na Bahia, os quatro funcionários da prefeitura de Camaçari continuam nos cargos; foram mantidos pelo prefeito da cidade, Luiz Carlos Caetano, também preso pela Polícia Federal.
Em Brasília, perderam o cargo o superintendente de produtos de repasse da Caixa Econômica, Flávio José Pin, o presidente do Banco de Brasília, Roberto Guimarães, e o assessor do ministério de Minas e Energia, Ivo Costa. A Operação Navalha também levou à demissão do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, e do responsável pelo programa federal Luz Para Todos, José Ribamar Santana.
No Congresso, muitos temem ser prejudicados por informações ainda não divulgadas sobre a operação da Polícia Federal. Os deputados federais Paulo Magalhães e Olavo Calheiros vão ter que prestar informações à corregedoria da Câmara sobre as denúncias de envolvimento com a empresa Gautama. O deputado distrital Pedro Passos vai responder a processo por quebra de decoro parlamentar na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Nesta sexta-feira, o presidente Lula defendeu o trabalho da Polícia Federal. “A Polícia Federal tem uma função nobre no país, e a Polícia Federal vai continuar combatendo a corrupção, doa a quem doer. Se as pessoas não quiserem ser molestadas, não pratiquem nenhum erro, que não serão molestadas”, disse o presidente.