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segunda-feira, 7 de julho de 2025

Aftosa: ações são amargas, mas necessárias, diz governo

2007-05-16 21:10:00

“O problema é que realmente as medidas são duras e amargas, mas é um remédio para curar o mau”. A afirmação é da secretária de Produção e Turismo de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Corrêa da Costa sobre as críticas feitas às medidas tomadas pelo governo brasileiro e paraguaio para prevenir e combater a febre aftosa.

Nesta quinta-feira, dia 17, produtores da fronteira, que serão diretamente afetados pelas medidas, se reúnem na Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) para discutir os pontos. Nesta quarta, eles encaminharam nota à imprensa criticando as medidas que, conforme o presidente da Comissão dos Produtores Rurais dos Municípios de Fronteira, Luiz Carlos Pantalena, colocam municípios sem registro da doença em igualdade de condições àqueles onde houve a infecção por febre aftosa em outubro de 2005.

Pela decisão, tomada em 11 de maio, as cidades em um raio de 15 quilômetros para dentro da fronteira tanto no lado brasileiro como no paraguaio ficarão dentro de uma área denominada “zona de alta vigilância”. Entre os pontos mais criticados estão restrições comerciais impostas a quem está na região, que atinge 11 municípios sul-mato-grossenses.

Tereza Cristina afirmou que está discutindo a questão do trânsito com o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). “Me reuni ontem (terça-feira, dia 15) com o Mapa”. Ela ressalta, porém, que a zona de vigilância vai existir porque é uma exigência da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal). A entidade dita as regras do mercado.

Caso atenda à OIE, o principal benefício de Mato Grosso do Sul é recuperar o status de zona livre de febre aftosa com vacinação, condição perdida com o registro de focos da doença em Eldorado, Japorã e Mundo Novo há quase dois anos. Mais dois anos seriam necessários para essa recuperação, período que "arrepia" o setor produtivo na região. Na avaliação da secretária, se o Estado atender as imposições, o período pode ser reduzido. “Não quer dizer que é inflexível. Dois anos é meta. Se verificarem a seriedade do trabalho, nada impede que seja aberto antes”, ressalta.

A secretária explica que no Mapa tenta flexibilizar a comercialização para que o preço da carne na região não deprecie. Entre as medidas sugeridas está o monitoramento de entrada e saída do gado por meio da GTA (Guia de Trânsito de Animal). Esse procedimento poderia ser tomado enquanto a zona de alta vigilância permanece e acontecem as inspeções da OIE sobre o trabalho para eliminar a aftosa. Outra condição da organização é encaminhar técnicos para fazer auditorias nas atividades. Para Tereza, sabendo a origem da carne é possível fazer inspeções, sorologias ao acaso, sem que o setor tenha conseqüentes perdas.

Ciente da reunião desta quinta-feira, Tereza Cristina afirma está havendo uma precipitação dos produtores. Para ela, deixar de acatar as determinações da OIE neste momento é loucura. Tereza, que é pecuarista e ocupou a direção da Famasul, principal entidade ruralista do Estado, acredita que a classe junto aos governos estaduais e federais podem sim chegar a um consenso. Ela explicou que por razões de agenda não deve participar do encontro, mas ressalta que este deve ser um momento de discussão entre os pecuaristas. “As lideranças do Estado têm bom senso e sabem da gravidade do que estamos passando”.

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