2007-04-11 08:56:00
Campo Grande registrou em uma semana quase dois mil novos casos de dengue, conforme balanço divulgado hoje pela Secretaria Estadual de Saúde. Enquanto no dia 3 de abril tinham sido notificados 40.009 casos, nesta terça-feira esse número saltou para 41.962 casos, ou seja, um total de 1.953 casos, o que representa 65,3% dos 64.288 casos registrados nos 78 municípios de Mato Grosso do Sul de janeiro deste ano até agora.
Em três meses e dez dias de epidemia de dengue, Campo Grande registrou quase 23 vezes mais casos da doença do que em todo o ano passado, já que de janeiro a dezembro de 2006 foram 1.830 casos contra 41.962 neste ano. Apesar dos números expressivos de casos, a Prefeitura insiste em afirmar que a epidemia está sob controle e já desativou os 15 leitos dos hospitais dia instalados em Campo Grande, além de não renovar o convênio firmado com o Exército Brasileiro para a realização dos mutirões de limpeza nos bairros da cidade.
Além de Campo Grande, também aparecem no ranking da doença no Estado com número expresivos as cidade de Três Lagoas, Dourados, Aquidauana, Ponta Porã, Coxim e Nova Andradina. O município de Três Lagoas é o segundo com 3.176 casos notificados de dengue de janeiro até agora, seguido por Dourados (3.084), Aquidauana (1.362), Ponta Porã (1.213), Coxim (1.181) e Nova Andradina (1.018).
Mortes – A dengue já teria provocado a morte de pelo menos 11 pessoas em Mato Grosso do Sul, sendo que a última vítima é o idoso Edenel Fernandes Duarte, 71 anos. Ele morreu dia 2 de abril no HU (Hospital Universitário) de Campo Grande com suspeita de dengue hemorrágica, sendo que, por enquanto, o exame clínico já aponta a doença como causa da morte, mas ainda há necessidade de fazer a o exame de sorologia.
Duarte, que reside no bairro Nova Minas Gerais, em Campo Grande, deu entrada no hospital no último domingo, dia 1º, já em estado de choque e como sofria de hipertensão teve o estado da doença agravado. No atestado de óbito consta que o paciente morreu de choque hipovolêmico, em que ocorre perda grave de sangue.
Já Silésia Mari Müller, presidente do Lions Club de São Gabriel do Oeste, morreu no dia 26 de março no Hospital Miguel Couto, em Campo Grande, com suspeita de dengue visceral. No dia 19 de março morreu em Dourados um senhor de 79 anos cujo nome não foi relevado pela Secretaria de Saúde do Município, sendo que no dia 6 de março Márcio de Campos Leite, 28 anos, morreu no hospital Marechal Rondon, em Jardim, enquanto no dia 2 de março Rosângela Arruda da Cunha, de 40 anos, morreu em Três Lagoas com a doença.
Ainda Bruno Araújo da Silva, de 17 anos, morreu no dia 1º de março no hospital de Amambai vítima da dengue e, no dia 27 de fevereiro, Roberto Pereira de Souza, de 19 anos, morreu no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Três Lagoas. No dia 17 do mês de fevereiro, Valtuiro de Souza Miguel, de 50 anos, residente em Laguna Caarapã, morreu no hospital de Dourados, e, no dia 15 de fevereiro, Marta Azevedo Souza, de 23 anos, residente em Terenos, morreu no HU de Campo Grande, sendo que a primeira vítima foi uma mulher de 36 anos, que morreu no dia 15 de janeiro no hospital de Aquidauana.
Vôlei de praia – A epidemia de dengue em Campo Grande levou a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) e a Superindentência do Banco do Brasil no Estado a promoverem um autêntico mutirão na arena que está sendo montada no Parque das Nações Indígenas para a quinta etapa do Circuito de Vôlei de Praia. A competição , que começa nesta quinta-feira e prossegue até domingo, chegou a causar preocupação nos atletas que foram alertados pela CBV para trazer repelentes na bagagem como medida de proteção contra a doença.
Segundo o presidente da FVMS (Federação de Vôlei de Mato Grosso do Sul), José Eduardo Amâncio da Motta, o "Madrugada", desde o início da obra de montagem da arena que o Parque das Nações vem recebendo limpeza sistemática e borrifação de veneno. “Tomamos todas as providências para evitar focos do mosquito no local”, garante Madrugada, tentando amenizar o fato de Campo Grande estar sendo considerada a capital nacional da dengue pelos atletas que virão de outros Estados do País.
A aquidauanense Talita Antunes, que hoje pela manhã treinou com a carioca Renata, disse que já foi vítima da dengue e que por isso mesmo vem ajudando a CBV na recomendação aos atletas para abusarem dos repelentes. “Tenho dito a todos os atletas que é importante se prevenir, mesmo sabendo que o pessoal está fazendo este mutirão aqui na arena”, confessou Talita.