2007-03-21 16:19:00
As vendas de maquinário agrícola, como colheitadeiras e tratores, devem ser bastante tímidas neste ano devido ao endividamento dos produtores sul-mato-grossenses, que acumulam prejuízos significativos nas últimas safras, conforme consultor estratégico de negócios, Thiago Mattozinho. Segundo o consultor, este ano o pagamento das dívidas será prioridade para os produtores do Estado.
“Investimentos mesmo só veremos em 2008 e 2009, quando o mercado estiver estabilizado e o agricultor terá fôlego para investir no campo”, explica. O gerente de relações institucionais da John Deere Brasil, Gilberto Zago, ressalta que existe um movimento positivo para compra de máquinas, mas que não há vendas significativas. A empresa corresponde por um terço da produção de colheitadeiras.
Apesar da tendência de quitar dívidas, existe uma expectativa positiva com o aumento da safra de milho e soja neste ano. “O agronegócio está começando a reagir em Mato Grosso do Sul depois de um ano onde as perdas acumuladas foram grandes. O clima é de otimismo para todo o setor”, afirmou Mattozinho.
“Muitos já estão nos procurando para ver preço e condição de pagamento dos maquinários, mas por enquanto, ainda não são poucos que concretizam a compra”, complementou ele.
PRODUÇÂO
No primeiro bimestre, foram comercializados no mercado doméstico 3.294 tratores de rodas, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). O crescimento é 24,4% ante o mesmo período do ano passado. No primeiro bimestre, a produção de tratores de rodas atingiu 5.302 unidades, com alta 12,4% na comparação com igual período de 2006. Enquanto isso, as exportações do equipamento caíram 10,4% no período.
Nas colheitadeiras, também já houve acréscimo nos volumes, aponta a pesquisa da Anfavea. No primeiro bimestre, foram vendidas 381 unidades no mercado interno, 27% mais que nos mesmos meses de 2006. Uma colheitadeira não sai por menos de R$ 200 mil.
