2007-02-14 10:33:00
Vilson Nascimento
Nove dos vinte e três presos da cadeia pública de Sete Quedas, na fronteira com o Paraguai, fugiram nessa madrugada após serraram as grades da cela e fazer um investigador da Polícia Civil de refém.
Dos nove presos fugitivos, Luiz Carlos da Silva, Volnir Noronha, Solon Cavalcante da Silva, Cleiton Viana Pacheco, Delcio Rodrigues da Silva, Nilson Ribeiro da Silva, Marcelo Augusto de Melo, Edivaldo Alves Tete e Adão Lincoln de Barros, nenhum havia sido recapturado até a manhã dessa quarta-feira.
A Fuga-De acordo com a Polícia Civil de Sete Quedas a fuga ocorreu por volta da 1h da madrugada quando seis dos nove fugitivos serraram as grades da porta da frente de uma das celas da cadeia, que tem apenas duas celas com capacidade para seis internos cada, mas atualmente abrigava praticamente o dobro.
Após escaparem da cela, os detentos se deslocaram até a porta de acesso ao corpo administrativo da Delegacia e chamaram o investigador, o único policial de plantão e quando o policial abriu a porta para atender ao chamado dos internos, foi rendido pelo grupo que já ocupava uma anti-sala da Delegacia.
O policial teve o revólver e as chaves da outra cela retirada de seu poder, foi vendado e amarrado nas grades de uma das celas enquanto os fugitivos, fazendo o emprego da chave, abriram a outra cela, mas somente três dos doze detentos que estariam no cárcere teriam acompanhado os fugitivos que deixaram a Delegacia saindo pela porta da frente e fugindo, possivelmente, segundo a polícia, em direção ao território paraguaio que fica a apenas 100 metros do local. A arma do policial teria sido deixada pelos fugitivos, porém sem as munições.
Sem Segurança- A questão de segurança na cadeia pública é um problema antigo em Sete Quedas.
Entre o ano de 2005 e o passado (2006), duas fugas em massa com a que ocorreu na madrugada dessa quarta-feira foram registradas e pelo menos outros dois planos de fuga foram frustrados pela Polícia Civil local que, além de desempenhar seu papel de polícia judiciária, tem que se desdobrar e manter, também, o papel de agentes penitenciários.
Apesar da superlotação que sempre foi um problema aparte na cadeia, a segurança da prisão é praticamente nula, já que desde o ano passado a Polícia Militar, que realizava a segurança externa do prédio parou de prestar tais serviços sob a alegação de falta de efetivo.
Situação Sub Humana- Recentemente nossa reportagem esteve em contato com os detentos da cadeia pública de Sete Quedas e pode constatar as condições sub-humanas que os internos, a maior parte deles vindos do município de Paranhos, situado a 60 quilômetros, que faz parte da Comarca de Sete Quedas , estavam vivendo e na oportunidade a reportagem do “A Gazetanews” ouviu várias reclamações dos internos, entre elas, relacionadas a visitas e ao banho de sol que por falta de condições da polícia em garantir a segurança, estava sendo realizado apenas uma vez por semana, entre outras dificuldades enfrentadas pelos internos.
Por parte dos policiais civis que realizam a papel de “carcereiro”, apesar de não ser sua função, a situação não é diferente e o policial vive em constante risco de vida, já que é responsável por tomar conta de marginais perigosos, sem as condições de segurança necessária.