Editorial – por Clesio Ribeiro – Zona Tampão

2007-02-09 14:17:00

                É muito preocupante a proposta de criação de uma zona tampão em Mato Grosso do Sul, para frear o vírus da aftosa. A proposta foi apresentada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), na quarta-feira, (7), aos integrantes do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária, que reúne todos os órgãos de defesa sanitária dos 27 Estados da Federação. Caso seja concretizada essa proposta, 13 municípios da fronteira serão impedidos de praticarem a atividade pecuária. Assim o resto do Estado e do País estaria apto a exportar carne para o Mercado Europeu.  Uma catástrofe que vem sendo anunciada e o pior, sem protesto por parte da sociedade que representa a fronteira.  

                O Governo Federal, que deveria zelar pela nossa fronteira não o faz. Tanto é que há dois anos fomos castigados profundamente em nossa economia pelo surgimento de aftosa, que arrasou com a nossa economia. Pois bem. Agora estão discutindo fechar a fronteira para a pecuária. Ou seja, para salvar o resto do País, esses municípios da fronteira que se danem!

                Caso a criação da zona de exclusão seja confirmada pela OIE, a pecuária estará proibida nos municípios de Coronel Sapucaia, Aral Moreira, Ponta Porã, Antônio João, Bela Vista, Porto Murtinho, Sete Quedas, Japorã, Mundo Novo, Paranhos, Eldorado, Iguatemi e Amambai. Praticamente estaria condenada a atividade pecuária nesses municípios.

                O que vem causando espanto é a acomodação das autoridades que representam a sociedade em torno de um problema tão sério, que irá provocar um caos inimaginável na nossa economia, que já vem desde 2005 sendo castigada pela irresponsabilidade dos governos que comandam os órgãos de vigilância sanitária.

                É preciso que haja urgentemente uma mobilização de Sindicatos Rurais, Associações comerciais, Câmara de Vereadores, Prefeitos, Deputados Estaduais, Deputados Federais e o próprio Governo do Estado, para dizer que “não aceita essa zona tampão”. Ou se em último caso, for realmente necessária, que haja compensações para os municípios atingidos. Estamos calados demais!