2007-01-30 16:54:00
Mais de 11 mil pessoas já foram infectadas pelo vírus da dengue em Mato Grosso do Sul só no mês de janeiro. Até o Exército entrou no combate à doença, dificultado pela chuva, pelo calor e pelo descaso de quem deixa água parada em casa. Em duas cidades do estado, a doença já é considerada uma epidemia: na capital, Campo Grande, e em Aquidauana, na região do Pantanal.
Em Campo Grande, até nas plantas foram encontrados focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Os agentes de saúde estão fiscalizando todas as floriculturas. Quem não aplica os inseticidas, é multado.
Militares do Exército e agentes de saúde já visitaram 60% das casas da capital. Nos postos de saúde, a média de atendimento continua alta: 30 pessoas internadas e mais de três mil atendidas por dia com os sintomas da dengue.
A maior preocupação das autoridades de saúde é que o vírus que provocou a epidemia de dengue em Mato Grosso do Sul é do tipo 3, mais agressivo. Depois dos primeiros dias de manifestação da dengue, o risco de surgirem complicações é maior. Duas pessoas já morreram no estado neste ano. “A partir do quarto ou quinto dia do início dos sintomas é que a dengue pode começar a evoluir para uma forma mais grave, e apresentar as complicações, como a febre hemorrágica”, explicou o secretário de Saúde de Campo Grande, Luís Henrique Mandetta.
Em Aquidauana, um mutirão recolhe lixo e sujeira dos terrenos. É difícil encontrar uma casa que não tenha alguém com dengue. Na família de dona Eunice Faria Ribeiro, oito pessoas adoeceram. “Eu mesma tive que ir para o hospital, não conseguia reagir”, ela conta.