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segunda-feira, 29 de abril de 2024

Mulher engravida do marido morto, no Paraná

2011-01-10 14:58:00

A professora Kátia Lenemeier, de 38 anos, de Curitiba (PR), está grávida de três meses. O pai é o marido Roberto Jefferson Niels (ambos na foto), que faleceu há quase um ano, em fevereiro de 2010.
 
Aos 33 anos, quando o casal tentava sem sucesso ter um filho, Roberto descobriu que estava com um tipo agressivo de câncer de pele. Antes da quimioterapia, que poderia deixá-lo infértil, ele optou por guardar o sêmen, congelado a 200 graus negativos em uma clínica curitibana. O casal iniciou o tratamento de reprodução, interrompido porque o câncer havia se espalhado para os ossos do marido. “Eu tive uma gravidez e perdi, continuamos tentando, mas não sabia que ele estava doente. As tentativas nunca davam certo e mesmo com o sêmen foi bem difícil pelo fato do sêmen estar fraco”, conta a mulher. 
 
Como Roberto não deixou por escrito a vontade de ser pai, Kátia recorreu à justiça e, em junho do ano passado, o juiz Alexandre Gomes Gonçalves, da 13ª Vara Cível de Curitiba, proferiu decidão até então inédita no Brasil, concedendo liminar autorizando a professora a usar o sêmen congelado do marido em inseminação artificial. A técnica usada foi a de fertilizar os óvolus "in vitro" (no laboratório) e depois transferi-los ao útero da mulher. Ela engravidou na segunda tentativa. 
 
Kátia diz que, se for menino, dará o nome de Roberto ao filho. “Isso não há quem me tire. Menina eu não sei. Eu gostaria que fosse mais menino", afirma. Para ela, o bebê representa a realização do sonho do casal e uma forma de amenizar a dor da perda. “Poderia ter o filho de outra pessoa e realizar esse sonho, não é isso. Era o sonho de ter um filho dele. É uma coisa mais completa. Poderia ter casado com outra pessoa, arranjado outra família, mas eu era feliz com ele, não era esse meu desejo. Eu me completei tendo um filho dele”, disse.

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