Os preços do etanol seguem em trajetória de alta no mercado brasileiro, influenciados principalmente pela redução da oferta durante o período de entressafra da cana-de-açúcar. De acordo com análise do Itaú BBA, grande parte das usinas do Centro-Sul já encerrou ou está finalizando a colheita 2025/26, o que tradicionalmente sustenta a valorização do produto nos próximos meses.
Mesmo com a revisão para cima da estimativa de moagem de cana no Centro-Sul, a produção de etanol de cana deverá alcançar 24,1 bilhões de litros na safra 2025/26, queda de 10,1% em relação ao ciclo anterior. A produção de etanol de milho, por sua vez, tende a crescer 16,6%, chegando a 9,6 bilhões de litros. Ainda assim, o volume total estimado de 33,6 bilhões de litros representa recuo de 3,9% frente à safra 2024/25, apesar de ser quase 1 bilhão de litros superior à projeção anterior.
Com esse cenário, será necessária uma redução relevante do consumo doméstico de etanol hidratado nos próximos meses. A média mensal deverá cair de 1,65 bilhão de litros no quarto trimestre de 2025 para 1,41 bilhão de litros no primeiro trimestre de 2026. Esse ajuste implica elevação da paridade do etanol frente à gasolina, estimada em 69% em São Paulo na safra 2025/26, acima dos 66% do ciclo anterior, refletindo preços acima de R$ 3,00 por litro em Paulínia no início de 2026.
Para a safra 2026/27, a expectativa é de aumento da produção, com 36,8 bilhões de litros somando etanol de cana e milho, alta de 9,6%. No mercado de fertilizantes, os preços seguem pressionados pela demanda fraca, embora a tendência de queda já esteja amplamente refletida nas cotações. As importações brasileiras mantêm volumes elevados, com destaque para o avanço da participação chinesa, enquanto nitrogenados, potássicos e fosfatados operam com preços estáveis ou em leve retração.
