Raquel Fernandes
Outubro é o mês em que celebramos uma das mais belas missões da humanidade: a de ser professor. Mais do que transmitir conhecimento, ensinar é inspirar, transformar, cuidar e acreditar no futuro.
Em Amambai, quando falamos da essência do educar, é impossível não lembrar do professor Luiz Cláudio Ferreira da Silva, nascido em 12 de maio de 1974. Conhecido por sua genialidade, ele carrega uma trajetória marcada pelo conhecimento, pelo talento e pela forma humana de se relacionar com cada aluno. Quem anda com ele pelas ruas logo percebe: a todo instante alguém o chama, cumprimenta, sorri. Jovens, adultos, até professores, e logo em seguida, o Luiz Cláudio explica com orgulho: “ele foi meu aluno”.
Com uma bagagem tão vasta que os amigos brincam dizendo que ele “já viveu mais de 100 anos”, Luiz Cláudio se reinventou em diferentes áreas, mas sempre com a mesma essência: compartilhar o que sabe e valorizar o lado humano de quem cruza seu caminho.
Foi graças a esse olhar que Amambai começou a participar do Fetran em 2013, e trouxe seus primeiros títulos. Luiz Cláudio foi peça-chave nessa conquista: pensava em cada detalhe, montava cenários, produzia figurinos, dava suporte, cuidava dos alunos como filhos e vibrava com orgulho cada vitória. Ao lado da atriz e diretora Alessandra Tavares e da coordenadora de projetos Glauce Mascarenhas, ajudou a consolidar o festival na cidade, transformando-o em um verdadeiro marco cultural e educativo. Da experiência nasceu até mesmo o projeto Teatro na Escola, que ampliou o acesso à arte e revelou talentos.
Além de professor, Luiz Cláudio Ferreira é escritor de livros. Mesmo residindo em Três Lagoas, ele não abriu mão de lançar suas obras em Amambai. Em 2021, apresentou os livros “Uma História de Princesa” e “O Menino Que Virou Lagarta”, recebendo amigos, ex-alunos e colegas de trabalho na sede do Jornal A Gazeta. As obras, que abordam temas importantes e atuais para o público infantil, fazem parte de uma coleção planejada pelo autor, que já escreveu mais de 35 peças educativas para crianças e jovens.
Mas o que, afinal, significa ser professor? Ao ser questionado, Luiz Cláudio responde com a mesma intensidade que carrega no olhar. “Ser professor é acreditar na única forma que eu vejo como possível para salvar o mundo. O professor tem um poder de influenciar, de oportunizar, de orientar, de direcionar. Ele pode moldar, e isso é uma tarefa muito importante.”
Na sua visão, o papel do professor vai muito além de ensinar conteúdos. É também ser sensível, enxergar além. “Eu acredito que o dia em que um governante pensar e enxergar as coisas aos olhos de um bom professor, comprometido, teremos a combinação perfeita para a transformação social. Mas é preciso mais do que obter conhecimento: é preciso internalizar, sentir. O professor que acredita, que se envolve, que sente, tem um grande poder nas mãos.”
Esse compromisso com o humano aparece nas pequenas práticas do dia a dia. Recentemente, ao notar algo simples entre seus alunos, Luiz Cláudio transformou em aprendizado: promoveu uma aula sobre etiqueta e autocuidado. Sem expor ninguém, levou-os a compreender a importância de cuidar dos pés, da saúde e do bem-estar. E resume. “Ser professor é um pouco disso: mostrar uma maneira saudável de viver. O conhecimento, as tecnologias, tudo perde valor se não estiver alinhado com a humanidade, com a qualidade de vida, com respeito e com os valores que devem ser cultivados.”
Luiz Cláudio é, sem dúvida, um mestre que honra o Dia do Professor. Sua história mostra que ensinar é muito mais do que profissão: é missão, é entrega, é legado.
Fonte: Gazeta Educação
