O incêndio que atinge o Assentamento Canaã, localizado em Bodoquena (MS), e ameaça o Parque Nacional da Serra da Bodoquena iniciou após uma proprietária atear fogo em folhas secas do quintal, segundo a Polícia Militar Ambiental (PMA). O incêndio começou na última sexta-feira (12) e já dura quatro dias.
“A causa do incêndio foi imprudência de uma senhora que, ao queimar lixos, no momento que estava ventando muito, perdeu o controle do fogo. Fomos ao local e a senhora, que é proprietária do local, nos relatou que após ter varrido o quintal juntou as folhas secas e ateou fogo, que na hora ventava muito e uma faísca de fogo foi empurrada pelo vento e chegou até a vegetação em torno da propriedade da casa”, relata o tenente Gesner Batista Ramos, comandante do 2º Pelotão da PMA em Miranda.
O comandante, informou ainda, que como as causas do incêndio foram identificadas, não será necessária a realização de perícia no local.
As chamas atingiram propriedades de moradores e atrativos turísticos localizados no assentamento. Além desses locais, o fogo afetou a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Cara da Onça, área protegida ambientalmente. A região é montanhosa, de difícil acesso, o que dificulta a atuação das equipes.
O sócio-proprietário da reserva, Gerson Canhete Jara, disse que a situação é preocupante já que o fogo se aproxima da sede da reserva.
“O fogo está queimando as folhas que estão no chão e até ontem não tinha atingido grandes árvores porque o vento estava tranquilo. Fizemos um aceiro e melhoramos muito em torno da casa para tentar evitar que as chamas atinjam a estrutura”, conta Gerson.
O g1 entrou em contato com o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) a sobre o incêndio atingir e ameaçar áreas protegidas, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Equipes de combate
Segundo o chefe do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, Sandro Pereira, o fogo está a cerca de dois quilômetros da unidade de conservação. Três equipes com 15 brigadistas do instituto atuam para conter as chamas. O Corpo de Bombeiros também está com duas equipes na região para combater o incêndio.
O incêndio começou na região do assentamento onde passa o rio Salobra e avança para outra região, chamada linha do Córrego Azul.
“Nossa maior preocupação é com nossas vidas, temos as casas, os bens materiais, mas estamos preocupados com nossas vidas”, disse ao g1 a moradora Vanessa Ibarras, que também teve a propriedade atingida pelas chamas.
Penalidades
O comandante da Polícia Militar Ambiental de Miranda, Gesner Batista Ramos, orienta que queimadas sejam evitadas, principalmente, nos períodos de estiagem, já que pode ocorrer descontrole de incêndios florestais.
“As penas para quem provoca incêndio em mata ou floresta podem levar a 2, ou até 4 anos de prisão, e multa de R$ 3 mil reais por hectare. Se o crime for culposo pena é de detenção de 6 meses a 1 ano, e multa de R$ 3 mil reais por hectare”, explica o militar.
Fonte: Loraine França, g1 MS
