2006-12-19 03:58:00
O Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) comprovou fraude em mais 20 CNHs (Carteiras Nacionais de Habilitação) emitidas pela Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito) de Naviraí que foram adulteradas por uma quadrilha que atuava dentro do órgão estadual. No total, 511 processos estavam sendo investigados, sendo que a fraude foi comprovada em mais 119 emitidas em Campo Grande.
Ainda restam investigar 60 CNHs emitidas na Capital, sendo que no restante a fraude foi descartada. Em Naviraí, o processo de fraude era feito com ajuda de uma servidora da Itel, uma empresa terceirizada que presta serviços para o órgão, sendo que a funcionária já foi afastada, mas o nome dela não pode ser divulgado antes do processo judicial.
A investigação apurou que os envolvidos cobravam de R$ 1 mil a R$ 4 mil das pessoas interessadas em comprar habilitação, sendo que normalmente em Naviraí os interessados eram analfabetos e que por isso não tinham condições de passar nos testes do Detran. Os valores para pagamento das habilitações chegavam a ser parcelados em até seis vezes.
Além de emitir a primeira habilitação, os fraudadores também adicionavam categorias nas CNHs. O processo fazia com que as habilitações fossem verdadeiras, pois eram emitidas dentro do próprio Detran. A Corregedoria do órgão realizou uma varredura no sistema desde 2001, investigando todos os processos que tivera alterações.
Dois funcionários da Capital estavam envolvidos no esquema, sendo que apenas a servidora comissionada Gisele Cabral de Souza teve o nome divulgado. O outro servidor também já foi identificado e ambos foram afastados. A Corregedoria comprovou ainda que as habilitações emitidas em Coxim, Aquidauana, Nova Andradina, Rio Verde de Mato Grosso, Dourados e Taquarussu, que estavam sob investigação, não foram fraudadas.
Por enquanto, a investigação é realizada pela Corregedoria do Detran e não deve ser encerrada neste ano, já que mais de 60 pessoas ainda precisam ser ouvidas. Após concluído, o relatório final será encaminhado à Delegacia de Defraudações de Campo Grande, que deverá instaurar inquérito e colher depoimento de todos os envolvidos.