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Amambai
quarta-feira, 30 de julho de 2025

Amambai sedia 1ª Conferência Regional de Políticas para as Mulheres da Sul-Fronteira

Evento reuniu representantes de Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Paranhos, Tacuru, Ponta Porã, Laguna Carapã e Antônio João para debater políticas públicas e equidade de gênero

Amambai foi palco, nesta segunda-feira (28), de um momento histórico: arealização da 1ª Conferência Regional de Políticas para as Mulheres da Região Sul-Fronteira, reunindo lideranças políticas, representantes estaduais e federais, movimentos sociais e sociedade civil em torno do fortalecimento das políticas públicas para as mulheres.

Com o tema “Mais democracia, mais igualdade, mais conquistas para todas”, o evento aconteceu no Alphaville Club e foi promovido pela Prefeitura de Amambai, por meio da Coordenadoria de Políticas Públicas para as Mulheres, com apoio do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Subsecretaria de Políticas Públicas para as Mulheres (SPPM), do Ministério das Mulheres e em parceria com os municípios da região Sul-Fronteira: Antônio João, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Laguna Carapã, Paranhos, Ponta Porã e Tacuru.

A conferência integra as etapas preparatórias para a 5ª Conferência Estadual e Nacional de Políticas para as Mulheres e tem como objetivo construir propostas concretas que promovam mais representatividade, segurança, direitos e oportunidades para as mulheres sul-mato-grossenses.

A mesa de abertura contou com a presença de autoridades municipais, estaduais e conselheiras. Marcaram presença os prefeitos de Amambai, Sérgio Barbosa, de Aral Moreira, Eliane Soligo, de Paranhos, Hélio Acosta; Paula Campos, primeira dama de Ponta Porã, representando o prefeito Eduardo Campos; prefeito de Tacuru, Rogério Torquetti, que também é presidente do Conisul, vereadora Maria Eloir Rodrigues, representando o município de Coronel Sapucaia; vereador Darci José da Silva, presidente da Câmara Municipal de Amambai; Cleoni Bortolli Salviano, conselheira do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de MS; Manuela Nicodemos, subsecretária estadual de Políticas Públicas para as Mulheres de MS e Derli Jaime, coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres de Amambai.

Durante sua fala de abertura, Derli Jaime destacou a importância do evento como um espaço coletivo de construção. “Estamos fazendo história, criando pontes entre municípios vizinhos para construir políticas públicas mais eficazes e representativas. O protagonismo feminino deve ser coletivo.”

A subsecretária estadual Manuela Nicodemos também fez uma fala emocionante e firme, que ecoou ao longo de toda a conferência. “Infelizmente, ainda vivemos em uma realidade onde as diferenças representam desigualdades. Mas nossas diferenças não podem e não devem representar desigualdades.”

Palestras e dados

A manhã de atividades contou com apresentações culturais e duas palestras centrais. A Palestra Magna, ministrada por Manuela Nicodemos, abordou os desafios históricos enfrentados pelas mulheres na ocupação de espaços de poder, assim como os avanços e estratégias que estão sendo construídos em nível estadual e nacional.

Na sequência, a secretária de Governo e Comunicação de Ponta Porã, Paula Consalter Campos, conduziu a palestra sobre o eixo “Mulheres, Justiça Climática, Sustentabilidade e Direitos Territoriais” e apresentou dados impactantes sobre a desigualdade de gênero no Brasil e no Mato Grosso do Sul.

Entre os números apresentados, destacam-se:

• Mulheres são 51,1% da população brasileira e 52,9% do eleitorado, mas ocupam apenas 12,3% das prefeituras e 17,7% das cadeiras na Câmara Federal.
• No MS, apenas 12 dos 79 municípios são governados por mulheres, e apenas 3 das 24 cadeiras da Assembleia Legislativa são ocupadas por elas.
• No setor privado, apenas 38% dos cargos de liderança em grandes empresas são ocupados por mulheres, e somente 6% das maiores empresas têm uma CEO mulher.
• A desigualdade é ainda mais severa com mulheres negras, que ocupam só 3% dos cargos executivos e 1% das chefias.
• Mesmo em cargos de liderança, mulheres ganham até 23% a menos que homens.

“Se somos a maioria da população, por que ainda somos minoria nas decisões que moldam nossas vidas? A mudança começa com espaços como esse, onde a escuta e o compromisso coletivo guiam as propostas”, destacou Paula Campos.

Construção coletiva

Durante o período da tarde, os grupos de trabalho se reuniram para debater os eixos temáticos da conferência e construir propostas que serão levadas às etapas estadual e nacional. A iniciativa também teve o papel de fortalecer o diálogo entre os municípios da Sul-Fronteira e articular ações regionais mais integradas e eficazes no enfrentamento à desigualdade de gênero.

Fonte: A.N./Grupo A Gazeta

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