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segunda-feira, 29 de abril de 2024

Naviraí registra caso de ferrugem asiática no soja

2009-01-22 11:06:00

As chuvas que ocorreram entre os dias 31 dezembro e 20 de janeiro favoreceram o aparecimento do primeiro foco de ferrugem asiática, registrado no município de Naviraí. A descoberta por técnicos do Departamento Agronômico da Copasul, na fazenda Passarada (proximidades do Porto Caiuá e rio Paraná), foi confirmada pelo laboratório montado na cooperativa.

O caso de Naviraí, somado a mais dois casos registrados em Dourados (mas ainda não colocados na atualização do site do Consórcio Anti-Ferrugem, coordenado pela Embrapa e por um indústria multinacional de defensivos agrícolas) faz com que o número de registros no Estado suba para cinco casos. Os outros dois foram encontrados em Chapadão do Sul e o de Aral Moreira.    

No ano de 2008, no mesmo período da safra passada, 59 focos já tinham sido comunicados ao sistema de alerta do Consórcio. A bióloga do laboratório de Naviraí, Paula Carvalho, disse que “o fungo está amplamente disseminado e que o ciclo da doença, desde a infecção até a liberação de esporos, dura em torno de seis a nove dias, dependendo das condições climáticas”.

Paula disse que considera que umidade tenha favorecido o surgimento da ferrugem asiática e informou que desde o dia 17 de dezembro, foram entregues 165 amostras de folhas de soja das propriedades naviraienses. “Os agrônomos esta preocupados porque os produtores agrícolas têm feito às pulverizações, mas tem se esquecido de fazer o posterior monitoramento”, revela.  

O fito patologista da Embrapa de Dourados, Alexandre Roese, disse explica que a relação entre chuvas e doença é muito forte, pois o fungo causador da mesma precisa de água livre sobre as folhas para iniciar o processo de germinação dos esporos, infecção e desenvolvimento da ferrugem.
Por isso a falta de chuvas no Estado ajuda a explicar a pequena quantidade de focos da doença detectados até agora.

Segundo ele, antes de tomar qualquer decisão sobre o uso de fungicidas, o produtor rural deve considerar, além da ocorrência da ferrugem, as condições climáticas e a situação da lavoura. “É preciso analisar se vale à pena investir na lavoura, dependendo dos prejuízos já causados pela estiagem”, diz.

De acordo com o fito patologista, o desenvolvimento da doença – caso seja detectada – é mais lento com a ocorrência de um novo período sem chuvas. “Caso contrário, se ocorrerem condições climáticas favoráveis, com chuvas freqüentes, a ferrugem tende a evoluir rapidamente após o aparecimento”, informa.

ESTIAGEM- Os registros da Estação Agrometeorológica da Embrapa Agropecuária Oeste mostram que as chuvas em dezembro alcançaram apenas 18 mm, ou seja, 10% da média mensal dos 30 anos anteriores que é de 185 mm. No mês passado, ocorreram chuvas somente em três dias, todas inferiores a 10 mm, separadas por dois períodos secos de 18 e nove dias.

“Deve-se ressaltar que estiagens em dezembro já ocorreram anteriormente na região de Dourados. Em dezembro de 1985, choveu apenas 23 mm e, em dezembro de 1990, a chuva foi de somente 37 mm”, informa o pesquisador Ricardo Fietz.

Nos últimos quatro meses de 2008, setembro a dezembro, as chuvas na região de Dourados foram inferiores às médias históricas de 30 anos. Como conseqüência, a chuva anual foi de apenas 1.136 mm, 320 mm a menos que a média da região, 1.456 mm. Segundo Fietz, chama a atenção que nos últimos quatro anos, 2005 a 2008, a chuva anual da região foi inferior à média histórica.

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