2008-11-27 00:35:00
O Estudiantes conheceu sua primeira derrota em casa desde o dia 10 de março de 2007. E o carrasco dos argentinos foi o time do Internacional, que venceu por 1 a 0, nesta quarta-feira, em La Plata, pela primeira partida da final da Copa Sul-Americana. A equipe gaúcha teve Guinãzú expulso aos 24min do primeiro tempo, mas não se intimidou e foi para cima dos argentinos, levando a vantagem para Porto Alegre.
Antes da noite desta quarta, a última derrota do Estudiantes em La Plata havia sido para o Boca Juniors. De lá para cá foram 33 vitórias e dez empates.
Mesmo sendo um clube de muita tradição na Argentina, o Estudiantes não decidia uma competição internacional há 37 anos. Em 1971 os argentinos foram derrotados pelo Nacional do Uruguai na final da Libertadores e desde então o clube foi perdendo força progressivamente e agora tenta se reerguer. Já pelo lado do Inter não é muito diferente. É a primeira vez que um time do Brasil chega à decisão da Sul-Americana.
Para a partida desta quarta, o técnico Tite conseguiu escalar o time colorado com força máxima. O treinador vem poupando os titulares do elenco no Campeonato Brasileiro, competição em que não tem mais chances de títulos, nem de vaga na Libertadores e sequer de ser rebaixado.
O herói da partida de hoje foi o camisa 10 e principal jogador do Inter: Alex. O meia balançou as redes em uma cobrança de pênalti, sofrido por Nilmar, e marcou seu quinto gol na competição, isolando-se na artilharia do torneio continental.
Além do título e da vaga na Recopa de 2009, contra a LDU – campeã da Libertadores -, o campeão da Sul-Americana receberá também a quantia de cerca de R$ 2,56 milhões.
O jogo– Como era de se esperar, a marcação argentina começou muito forte nos primeiros minutos. O Inter tentava penetrar na área do Estudiantes, mas parava na efetiva zaga dos adversários. Marcão, aos 17min, fez linda jogada pela esquerda, cortou o rival e cruzou na área, mas novamente a defesa afastou com sucesso.
Aos 23min, o melhor lance do Estudiantes até então. Benítez cobrou escanteio na primeira trave, Alayes desviou de cabeça para a grande defesa de Lauro. No minuto seguinte, o lance que mudaria o panorama da partida.
O argentino Guiñazú deixou a perna no compatriota Verón, recebeu o segundo cartão amarelo e acabou expulso pelo paraguaio Carlos Amarilla. Depois disso, a partida ficou mais agitada, com o Estudiantes e com o Inter – mesmo com um a menos – indo para cima do adversário.
A coragem do time gaúcho deu resultado aos 32min. D’Alessandro ajeitou para Nilmar e Desábato derrubou o jogador colorado dentro da área. O árbitro marcou pênalti. Alex cobrou e marcou, mas o juiz mandou voltar por conta da invasão de alguns atletas. Na segunda tentativa, o camisa 10 mudou de canto e balançou as redes mais uma vez, abrindo o marcador em La Plata.
Depois disso, o Inter continuou no ataque e buscava o segundo gol, mas o Estudiantes contou com a sorte e com a trava para se salvar. D’Alessandro cobrou falta com categoria, a bola pegou na trave e voltou nas mãos de Andújar.
Para a segunda etapa as duas equipes voltaram sem modificações. No entanto, o Estudiantes já demonstrava que mudaria sua maneira de jogar, adiantando a marcação em cima dos gaúchos.
No entanto, diferente do que imaginava o Inter, a pressão argentina não ocorreu e o jogo passou a ficar sem criatividade, já que Verón, principal atleta do Estudiantes, estava muito bem marcado pelo time adversário.
O Inter se segurava na defesa e tentava sair em contra-ataque com Nilmar, que ficava sozinho na linha de frente do time colorado. Mesmo assim, a equipe comandada por Tite garantiu a vantagem e pode até empatar em Porto Alegre que leva o caneco inédito para o Brasil.
Diferente das outras fases da Sul-Americana, o gol fora de casa não é critério de desempate. Assim, uma vitória do Estudiantes leva a decisão para a prorrogação. O duelo de volta está marcado para quarta-feira, às 22h (de Brasília), na capital gaúcha.
