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domingo, 5 de outubro de 2025

Variação da arroba do boi não compensa alta de custos

2008-08-23 11:13:00

 Em comunicado divulgado agora há pouco pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte, Antenor Nogueira, afirma que as elevações nos preços dos principais insumos utilizados na pecuária em 2008 reduziram a receita dos produtores, hoje insuficiente para financiar os desembolsos da atividade.


Segundo ele, embora a arroba do boi gordo tenha valorizado 7,07%, de janeiro a abril deste ano, o COE (Custo Operacional Efetivo), que inclui os gastos com suplementos minerais, mão-de-obra e adubos corretivos, entre outros itens, subiu 16,52% nos quatro primeiros meses do ano. Em abril, a alta do COE foi de 2,99%. "Os sucessivos encarecimentos prejudicaram os ganhos promovidos pela alta da arroba", afirma Antenor Nogueira.


Segundo os Ativos da Pecuária de Corte, divulgados pela CNA e pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as maiores elevações do COE, no acumulado do ano, ocorreram em Rondônia (26,63%), Mato Grosso (21,4%) e Pará (20,06%).


O levantamento revela que, entre os insumos que mais encareceram no primeiro quadrimestre, a suplementação mineral teve variação de 58,77% na média Brasil. O impacto deste item na atividade foi mais expressivo principalmente no Mato Grosso, que registrou alta de 81,8%, e Pará, cuja elevação foi de 73,3%.


De acordo com o estudo, a valorização do sal mineral decorre principalmente do aumento do preço do fosfato bicálcico, principal matéria-prima utilizada na fabricação deste insumo, com elevação de 133% de novembro de 2007 a abril deste ano.


Outro item que pesou nos custos de produção foi a compra de bezerros para a reposição do rebanho, que registrou aumento de 14,21% no primeiro quadrimestre. Entre os 10 Estados incluídos na pesquisa, o Rio Grande do Sul teve a maior alta neste item, de 23,7%. Os adubos e corretivos também contribuíram para o crescimento dos custos, com valorização 18,79% em 2008.


Rio Grande do Sul e São Paulo foram os mais afetados, com aumentos de 32,5% e 31,3%, respectivamente. Já o COT (Custo Operacional Total) que, além dos gastos efetivos, envolve desembolsos para repor a depreciação de maquinário e benfeitorias, variou 2,59% em abril, chegando a 13,47% no ano.


As maiores elevações mensais no COT foram observadas em Mato Grosso (4,89%), Rio Grande do Sul (3,80%) e Pará (3,64%). De janeiro a abril, Rondônia, Pará e Mato Grosso tiveram os principais aumentos nos custos totais.


Preocupada com a constante alta dos custos de produção da pecuária de corte, a CNA desenvolveu, em parceria com o Cepea, um programa de computador para auxiliar na gestão de custos nas propriedades.


Segundo Antenor Nogueira, esse software será disponibilizado no site da entidade (www.cna.org.br) a partir de setembro. Para utilizar a ferramenta, bastará o produtor baixar o arquivo da Internet e gravar no seu computador. Poderá, também, fazer as atualizações do programa a cada nova versão.


O pecuarista encontrará neste programa planilhas para serem preenchidas com dados sobre seu rebanho, a propriedade e insumos utilizados na produção, entre outros itens. Com base nesses dados obterá os resultados necessários para avaliar o desempenho de sua propriedade e tomar decisões a respeito do gerenciamento dos seus custos.


A partir da próxima edição dos Ativos da Pecuária de Corte o Estado do Acre passará a integrar a lista dos Estados pesquisados mensalmente pela CNA/Cepea. Hoje, o levantamento abrange um total de 10 Estados que se destacam na produção pecuária.


Jorge Franco com informações da CNA

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