2008-08-22 14:13:00
O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), disse esta manhã que Mato Grosso do Sul deve assumir em 2015 o posto de maior produtor de cana-de-açúcar saindo de uma área plantada de 300 mil a um milhão de hectares. O prognóstico foi anunciado durante o Canasul, evento promovido por entidades representantes do setor sucroalcooleiro no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo.
Para atingir essa condição, além dos fatores naturais favoráveis, como solo e clima, o governador se comprometeu a fornecer infra-estrutura e logística para escoar a produção.
Um projeto, já autorizado pelo Senado, é a implantação da linha ferroviária de Porto Murtinho ao porto de Santos (SP). A estatal Valec informou que este projeto só deve ter início em meados de 2011. Outro projeto prevê uma ligação ferroviária entre Maracaju e o porto de Paranaguá (PR).
A construção de um alcoolduto também está nos planos do governo, mas é preciso atingir um volume maior de produção para que o projeto seja viável. É preciso dobrar a produção de etanol, que hoje é de 1,2 bilhões de litros. A estimativa para 2015 é de 5,9 bilhões de litros de álcool. A rota do alcoolduto incluiria cidades como Corumbá e Porto Murtinho, e faria fronteira com os estados de São Paulo, Paraná, Goiás e Minas Gerais e com o Paraguai.
O governador mais uma vez disse que a cana não vai competir com a produção de alimentos, porque vai ocupar as áreas de pasto degradadas. Ele também reforçou que o Estado não irá incentivar a monocultura e prometeu que “haverá um grande incentivo à agricultura familiar”.
Quanto à mão-de-obra, André firmou compromisso com a qualificação dos profissionais em parceria com instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional MS (SENAR-AR/MS) e Serviço Social da Indústria (SESI), entre outras.
Desafios – O presidente da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), Ademar Silva Junior, classificou como jogo de interesses econômicos as afirmações de que a cana pode tomar o espaço da produção de alimentos.
Ele também criticou ações de demarcação pela Funai (Fundação Nacional do Índio) e ações do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). “Eles baixam decretos e portarias como se tivessem um poder legislador que é exclusividade do Senado”, disse.