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sábado, 4 de outubro de 2025

Tiro Livre – por Antonio Luiz

2008-08-19 13:50:00

**Pouco se falava do Cesar Cielo até ele ganhar o bronze nos 100 metros nado livre. Cielo chegou de maneira tímida a Pequim. Os olhos dos brasileiros estavam voltados para Thiago Pereira, embalado pelas oito medalhas do Pan-americano do Rio – na competição, Cielo levou dois ouros, nos 50 m livre nos 100 m livre. Mas, na medida em que Thiago amargava duas derrotas nas finais dos 400 m medley e dos 200 m medley, Cielo crescia na competição. Ao ganhar seu primeiro bronze em Pequim, nos 100 m livre, cravou 47s67, novo recorde sul-americano. Na semifinal dos 50 m, Cielo classificou-se com o melhor tempo: 21s34, recorde olímpico. Nós esquecemos de dimensionar as competições. Olimpíadas  é outra coisa bem mais complicaca do que a competição continental.
Em sua história olímpica, a natação brasileira já havia conquistado dez medalhas na natação, sete de bronze e três de prata – mas nunca havia levado um ouro. O esporte só perde para judô e vela, cada um deu 14 medalhas para o Brasil e atletismo vem depois com13. “É o melhor momento da minha vida. Não tem sensação melhor do que olhar e ver seu nome como número 1”, dizia Cielo, lágrimas nos olhos. Havia começado a chorar ainda na piscina.
Com 1,95 m de altura, 85 quilos e envergadura de 2,10 m, o brasileiro, de 21 anos, nadou em inacreditáveis 21s30, quebrando o recorde olímpico. A marca mundial ainda pertence ao australiano Eamon Sullivan com 21s28. Os franceses Amaury Leveaux e Alain Bernard – vencedor da prova em que Cielo levou bronze – ficaram com o segundo e o terceiro lugares, com tempos de 21s45 e 21s49. Para o brasileiro, a boa largada fez a diferença.
Cielo começou a nadar aos 8 anos. Aos 17, dois deles sendo treinado por Gustavo Borges, já era considerado um velocista promissor, apto a suceder o campeão – dono de quatro medalhas olímpicas em estilo livre. Em abril, foi prata nos 100 m livre no GP de Ohio, superando o ídolo Michael Phelps. Nadou em 48s34, batendo o próprio recorde sul-americano. Detalhe: estava com os polegares quebrados. Sofrera as fraturas ao vestir um maiô apertado.
Mora nos Estados Unidos, em Auburn, no Alabama, onde treina e estuda administração. Por contrato, não pode namorar em períodos preparatórios. A medalha – trocada pela organização em seguida, pois era a da prova feminina – foi comemorada com os pais, César e Flávia. O casal refinanciou o carro para ir com o filho a Pequim, ainda que o rapaz não acreditasse que subiria ao pódio. “Até cheguei a brincar com meu técnico: ?Talvez eu pegue uma medalha?. Aí, disse, ?tô viajando!?” 

**Ele tem uma cara esquisita, meio parecido com o Tevez que jogou no Corinthians, passa uma imagem de sujeito desligado, mas de alienado  não tem nada. É simplesmente o maior atleta de todas as Olimpíadas até agora. Michael Phelps, o novo herói olímpico, conquistou, no sábado, a última das medalhas de ouro que desejava em sua avassaladora passagem por Pequim. É agora o maior nadador de todos os tempos, único atleta a ganhar oito ouros numa só Olimpíada. “Muita gente disse que isso não era possível. É bom fazê-las pensar”, disse.
Phelps conseguiu, assim, seu maior objetivo: superou o também americano Mark Spitz, dono de sete ouros conquistados em Munique-1972.

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