2008-08-06 10:49:00
Suzana Machado
De acordo com os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o consumo de álcool hidratado
Este ano já foram consumidos, de janeiro a junho,
Mato Grosso do Sul ultrapassou a média nacional, que registrou um aumento de 52% no consumo de álcool.
Alguns fatores explicam esse crescimento na procura do combustível. A vinda de indústrias sucroalcooleiras para o Estado, a “onda” do biodiesel, o valor mais baixo que o da gasolina e do gás natural veicular, por exemplo, a consciência ambiental dos motoristas e o aumento da venda de carros ‘flex’ (álcool/gasolina) são pontos que contribuíram para o resultado apresentado pela ANP.
De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran/MS), até junho de 2007 o número de veículos flex em circulação era de 38,6 mil. Atualmente o Estado conta com 64,7 mil unidades. Os veículos flex representam 23% da frota em circulação no país, chegando a aproximadamente 26 milhões de veículos, segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Dados da indústria automobilística mostram que até julho deste ano já foram fabricados 1,38 milhões de veículos com a tecnologia flex e esse número pode chegar a 2,4 milhões até o final de 2008. As informações da Anfavea demonstram que a indústria automobilística, juntamente com o governo, estão conseguindo consolidar o álcool no setor energético veicular do país.
Em Amambai, as concessionárias também têm notado o aumento significativo na venda de carros flex.
“Houve um aumento bem considerável na venda de carros flex, principalmente pela vantagem que oferecem ao cliente, que pode abastecer em Estados como o Paraná, onde o álcool é ainda mais barato ou até mesmo no Paraguai; nesse caso vale para o valor da gasolina também”, acrescenta Marisrégia Aparecida da Silva, vendedora da concessionária Wolksvagem em Amambai.
Desde
Segundo a vendedora, algumas pessoas ainda têm o receio de adquirir um carro flex, muitas vezes por falta de informação sobre o seu funcionamento e forma de abastecer. “Algumas pessoas acham que por ter dois combustíveis o consumo aumenta, o que não é verdade, mas mesmo assim, o número de pessoas que não querem um flex é muito pequeno.”
Marisrégia, que já teve um carro flex, aconselha aos motoristas que não misturem os dois combustíveis. “Na minha opinião, pela experiência que tive, acho melhor colocar somente álcool ou gasolina de cada vez.”
Nos postos de gasolina o abastecimento de carros a álcool teve um aumento muito significativo nos últimos quatro meses.
“A venda de álcool nesses últimos meses passou do dobro. Aqui na região esse aumento vem ocorrendo há uns quatro meses; um dos motivos é o aumento do combustível, não esperado, no Paraguai, tanto para o álcool, como para a gasolina. Outro fator que contribuiu para a elevação dos abastecimentos com álcool foi o aumento de carros flex em circulação, juntamente com a consciência ecológica de alguns motoristas”, explica Evandro Bellig, gerente de um posto de gasolina em Amambai.
Segundo Evandro, a tendência é que o aumento do consumo de álcool se eleve ainda mais nos próximos 24 meses, podendo ultrapassar a gasolina. “Acredito que o consumo de álcool vai aumentar ainda mais. Atualmente o abastecimento com gasolina ainda continua na frente (está 3 por 1, ou seja, para cada três litros de gasolina, um de álcool), mas esse índice já chegou a 6 por 1, o que demonstra que o álcool vem ocupando espaço rapidamente na preferência dos motoristas.