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segunda-feira, 6 de outubro de 2025

População do Cone Sul repudia demarcação de terras

2008-08-05 10:49:00


Antonio Luiz

As portarias publicadas pela Funai no último dia 14 de julho para realização de estudos antropológicos em 26 municípios de Mato Grosso do Sul podem trazer sérias conseqüências à economia do Estado. E, desta vez, os atingidos diretamente não serão apenas os proprietários das áreas reivindicadas, mas todos os habitantes da região sul do Estado e por conseqüência todo o Mato Grosso do Sul, já que grande parte da riqueza gerada no estado é oriunda dessa faixa, onde se produz muita soja, tem uma fortíssima pecuária e um comércio bastante movimentado

Conforme a Famasul, o objetivo da Funai é demarcar e transformar 10 milhões de hectares em áreas indígenas. Isso corresponde a aproximadamente 30% de todo o território do Estado, que chega a 35 milhões de hectares de terra. Atualmente, o Estado conta com pelo menos 23 milhões de hectares de terras produtivas, já que os outros 12 milhões de hectares estão na região no Pantanal.

A área mais afetada deve ser o Cone Sul , onde se situam Amambai e os municípios com maior produção agropecuária  do Estado . “Se houver perda dessas áreas, o prejuízo à economia do Estado é de um terço das áreas, restando apenas 12 milhões de hectares economicamente aproveitáveis de um total de 35 milhões de hectares. O Cone Sul do Estado, que é a região onde estão os maiores produtores e geradores de receita, praticamente vai desaparecer”, afirmou o presidente da Famasul, Ademar Silva Junior.

Além do prejuízo econômico ao Estado, existe o  risco à soberania nacional, com a perda do território brasileiro, envolvendo mais de mil quilômetros da fronteira com o Paraguai.

As entidades representativas das classes produtoras já se mobilizaram para tentar bloquear essa iniciativa arbitrária e unilateral. O Sindicato Rural de Amambai, assim como os sindicatos de outros municípios que estão na mesma situação, estão colhendo assinaturas num abaixo-assinado para entregar às autoridades mostrando toda a insatisfação da população da região com essas portarias inoportunas e sabe-se lá com que propósitos ou para beneficio de quem. Somente no município de Amambai mais de sete mil pessoas aderiram aos abaixo-assinados que estão espalhados pela cidade.

Os municípios que devem receber os estudos são Dourados, Douradina, Amambai, Aral Moreira, Caarapó, Laguna Caarapã, Ponta Porã, Juti, Iguatemi, Coronel Sapucaia, Antônio João, Fátima do Sul, Vicentina, Naviraí, Tacuru, Rio Brilhante, Maracaju, Mundo Novo, Sete Quedas, Paranhos, Japorã, Bela Vista, Caracol, Porto Murtinho, Bonito e Jardim.

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