2008-08-01 10:20:00
O estudo para demarcação de terras no sul do Estado e as eleições municipais são os dois principais assuntos do momento. E os prefeitos são partes interessadas
A preocupação com o assunto é muito grande e não poderia ser diferente. A nossa região sul tem uma das terras mais férteis do estado, que estão produzindo e impulsionando o desenvolvimento e tem também uma grande comunidade indígena espalhada em vários municípios. No entanto, uma decisão como essa não pode atender à “necessidade” apenas de um segmento, no caso, dos índios.
Conforme a decisão da Assomasul, que representa todos os municípios do Estado, a Funai é um órgão que não fala pelo Governo Federal. É uma instituição que só tem um objetivo – defender o índio. No entando, os ruralistas principalmente, questionam, e com razão, a eficácia das ações da Funai, já que não consegue resolver situações de conflitos já existentes, e com essa portaria criará novas situações de conflitos, que acabarão sem solução, prejudicando, em muito, o desenvolvimento sócio-econômico de toda a região e do Estado.
O Governo do Estado está junto com os municípios nessa luta. Além de propor a anulação das portarias da Funai, André Puccinelli proporá que se faça a distribuição de áreas de terras pertencentes à tribo Kadiwéu e do reverendo Moon para atender à demanda dos kaiowás. Os kadiwéus, num total de 3 mil índios em MS, ocupam uma área de 550 mil hectares, e vivem em situação de miséria, o que prova que o problema social do índio não é falta de terra.
O assunto ainda vai render muito nas próximas semanas, com o início dos estudos antropológicos que começam no dia 10. Se depender da Funai, as áreas, objetos de estudos, serão consideradas indígenas, já que o órgão trabalha em defesa dos índios e o objetivo do estudo é aumentar as áreas das aldeias. Os prefeitos têm um desafio pela frente, que é acompanhar de perto esse assunto, defender os ruralistas, mas também não deixar de assistir aos indígenas, que também são parte da comunidade. E além do mais, nesse momento, precisa do voto de todos eles.