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terça-feira, 7 de outubro de 2025

Editorial ‘Demarcação II’ por Clesio Ribeiro

2008-07-29 09:40:00


A repercussão da notícia de que a regiao sul do Estado pode se transformar numa grande aldeia indígena chegou à opinião pública. O assunto é realmente muito sério e nos deixa apreensivo. Ontem o Correio do Estado (principal jornal de MS) abordou o tema. Investimentos na região já estão ameaçados. A posibilidade da demarcação de terras em 26 municípios já é preocupante, mas o mais intrigante é a falta de informações concretas sobre a questão.

O programa jornalístico da Rede Bandeirantes, Canal Livre, do último domingo, abordou o tema, mais precisamente da região Raposa Serra do Sol, em Rondônia, que está em disputa entre índios e moradores da região. Mas a demarcação de terras contínuas é o mesmo procedimento que está se pretendendo fazer na nossa região.

O Brasil tem atualmente cerca de 600 terras indígenas, que abrigam 227 povos, com um total de aproximadamente 480 mil pessoas. Essas terras representam 13% do território nacional, ou 109,6 milhões de hectares. A maior parte das áreas indígenas – 108 milhões de hectares – está na chamada Amazônia Legal, que abrange os Estados de Tocantins, Mato Grosso, Roraima, Rondônia, Pará, Amapá, Acre e Amazonas. Quase 27% do território amazônico hoje é ocupado por terras indígenas.

Há suspeitas de que algo mais sério estaria por detrás dessas demarcações de terras. O interesse pelo Aqüífero Guarani – o maior manancial de água doce subterrânea transfronteiriço do mundo que está localizado na região centro-leste da América do Sul, e ocupa uma área de 1,2 milhões de Km², estendendo-se pelo Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Sendo que 2/3 desse reservatóirio fica no Brasil, abrangendo os Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul (principalmente a nossa região sul), Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 

Percebemos essa semana a grande repercussão que o assunto está tendo na região, principalmente pela divulgação através da imprensa e pela mobilização que os sindicatos rurais e associações comerciais estão tendo. A sociedade precisa se posicionar contrária à essa demarcação de terras. É o futuro da nossa região que está em jogo.

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