2008-07-25 09:11:00
A portaria do Governo Federal que ordena o estudo para demarcação de terras indígenas em todo o Cone Sul é um grande retrocesso social e econômico. Num momento em que o Estado vem melhorando significativamente seu potencial econômico com a implantação de indústrias, essa notícia caiu como balde de água fria. Não existe explicação lógica para tal medida, a não ser a de que estas terras teriam pertencido ao povo indígena no passado. Ora, sendo assim, todo o Brasil então deveria se tornar uma aldeia, já que a história conta que aqui habitavam tribos nativas quando foi descoberto há 500 anos. Esse estudo é uma loucura!
Esta semana em praticamente todos os 26 municípios houve reuniões de segmentos da sociedade preocupados com a situação. Vários municípios correm risco de ter mais de 30% de seu território transformado em área indígena. Áreas essas que estão produzindo e alimentando a cadeia econômica que mantém a população ativa, inclusive a própria comunidade indígena.
Caso o Governo Federal (leia-se Lula) não volte atrás na decisão, haverá um conflito de proporções inimagináveis em toda a região. Quem está na terra há mais de 50 anos, pagando seus impostos, gerando renda e empregos, não vai querer entregar suas terras de “mão beijada”. Já existem áreas que estão em processo de demarcação e o governo não consegue resolver a questão. Então por que aumentar ainda mais o problema?
Um abaixo-assinado está sendo feito com o objetivo de colher mais de 50 mil assinaturas da população contrária à portaria. Não se sabe quando começarão os estudos dos antropólogos, mas a intenção dos mobilizadores é impedir que esse estudo seja feito e, caso seja feito, que seja filmado e acompanhado por outras pessoas, além dos índios e antropólogos.
Tomara que o Governo Federal volte atrás nessa questão. Mas independente disso, o estrago já está sendo feito. Negócios de terras estão emperrados e até mesmo investimentos industriais – como a instalação de usinas de álcool na região – ficam ameaçados. A opinião pública precisa ser mobilizada contrária à questão. Não é assim que resolve-se a questão indígena, que hoje é dependente dos costumes e recursos do chamado “homem branco”. Ninguém assegura o que pode ocorrer, caso essa idéia maluca seja levada adiante.