2008-07-24 16:01:00
A Justiça Federal, através da 3ª Vara Criminal, publicou edital de leilão de bens confiscados de réus que respondem por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. É a primeira vez que um leilão desse tipo é realizado em Mato Grosso do Sul.
Ao todo serão leiloados R$ 7,8 milhões. Entre os lotes, é possível arrematar um sobrado com duas piscinas e 300 metros quadrados de construção, no bairro Vivendas do Bosque, avaliado em R$ 560 mil, pelo lance mínimo de R$ 360 mil.
Dentre 180 lotes, o mais caro é um sobrado de quase 700 metros quadrados, construído em um terreno de 1,6 mil metros quadrados, no município de Ponta Porã, avaliado em R$ 900 mil, com primeiro lance em R$ 540 mil.
Além de imóveis e veículos luxuosos, a lista do pregão revela algumas extravagâncias dos traficantes e denuncia o padrão de vida dos investigados.
Itens como um Jet Ski, barras de ouro e jóias, avaliados em quase R$ 112 mil e até um hotel mobiliado, construído em uma área de 544 hectares em Água Clara, avaliado em mais de R$ 616 mil, podem ser arrematados. O lance mínimo corresponde a 60% do valor do item.
São cerca de 30 imóveis nas cidades de Campo Grande, Ponta Porã, Jaraguari, Água Clara, Amambaí e Londrina e 65 veículos. O comprador terá que ficar de olho em possíveis débitos dos bens como IPTU, e impostos do DETRAN.
Tomados – São 13 processos, entre os réus que tiveram bens confiscados estão: João Feitas, o “Jacaré”, preso no Paraguai por lavagem de dinheiro, porte ilegal de arma e trafico de droga, foi extraditado.
Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, conhecido como barão do tráfico internacional de drogas, atualmente está foragido, e José Severino da Silva, o “Cabecinha do PCC”, um dos líderes do Primeiro Comando da Capital, que mantinha uma fazenda com produção de cocaína na Bolívia, está foragido.
Veículos – Na lista consta até um avião monomotor Cessna, avaliado em R$ 130 mil, com lance mínimo de R$ 78 mil. Também aparece um veículo Mercedes Benz, ano 99, conversível, avaliado em R$ 95 mil, com lance inicial de R$ 57 mil.
A decisão pelo leilão foi do juiz federal Odilon de Oliveira, baseado na Lei do Tráfico (Lei nº11.343, de 23 de agosto de 2006) que permite o leilão de bens confiscados mesmo durante o andamento do processo.
O valor arrecadado na negociação permanecerá depositado em conta judicial até o fim da ação. Se o réu foi julgado inocente, receberá o montante arrecadado, com valores corrigidos. Se, porém, foi condenado, o dinheiro será destinado ao Funad (Fundo Nacional Antidroga).
Condições – O leilão será realizado em duas datas, na quarta-feira, dia 13 de agosto, com lances a partir da avaliação, e no dia dois de setembro com lances a partir do mínimo.
O pagamento poderá ser feito com entrada de 20% do valor do produto arrematado mais a comissão do leiloeiro (5%), e o restante (80%) no prazo de 15 dias.
O leilão será presencial e on-line, quem não puder ir ao local, poderá oferecer lances através do site www.leiloiesjudiciais.com.br, mediante preenchimento do cadastro.
O leilão vai ser no auditório da Justiça Federal, na Rua Delegado Roberto de Oliveira, 128, Parque dos Poderes, a partir das 8 horas.
A caixa Econômica Federal poderá financiar os imóveis que estão no leilão. Para isso o comprador deve ter cadastro aprovado antecipadamente.