2008-07-17 18:24:00
Com o período de férias escolares e crianças integralmente dentro de casa, o aumento do número de acidentes domésticos é um perigo presente. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o índice só tende a crescer caso não sejam tomadas algumas precauções por parte dos responsáveis por crianças e adolescentes.
Somente em abril deste ano, quase 300 ocorrências atendidas pela corporação em Mato Grosso do Sul, de acordo com dados da Subseção de Operação e Estatística, foram ao que pode ser chamado de acidente doméstico, como quedas de árvores, da própria altura e de locais elevados, afogamentos, intoxicações, queimaduras e fraturas durante prática de esporte e lazer.
A soldado Janaine Penteado Santana, do CRAH (Centro de Resgate e Atendimento Hospitalar) do Corpo de Bombeiros revela que a maioria dos casos são registrados em bairros da periferia da Capital. “Os pais saem para trabalhar e as crianças acabam ficando sozinhas em casa e assim ocorrem os acidentes”, explica.
Os acidentes mais freqüentes, segundo a militar, são quedas, fraturas e cortes. “Geralmente acontecem em brincadeiras ou prática de esportes”, diz. Em seguida, vêm as queimaduras e intoxicações, que acabam sendo mais perigosas, pois os pais resolvem tratá-las com métodos caseiros.
Em palestra sobre a prevenção destes acidentes, Janaine afirma que não é recomendável que se passe creme dental ou qualquer outro produto sobre queimaduras ou que seja estimulado o vômito em crianças que tenham ingerido substâncias tóxicas, por exemplo. “O ideal é que seja acionado o Corpo de Bombeiros para fazer o atendimento ou o transporte da vítima até o centro de saúde mais próximo”, indica.
Ela lembra que em casos de intoxicação, além do chamado aos bombeiros é importante o contato com o Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica), no Hospital Regional, para que seja fornecido aconselhamento prévio.
Prevenção – O CRAH conta com uma equipe de seis pessoas treinadas para ministrarem palestras acerca do tema em escolas, empresas e comunidades. Nos encontros é falado sobre os acidentes, a precaução e o que pode ser feito em alguns casos.
Moradora do Jardim Morada do Sol há 15 anos, a dona de casa Nely Beatriz Fernandes, de 39 anos, tem cinco filhos, com idades entre 17 anos e um ano e meio. Ela conta que já passou por vários “sustos” devido a acidentes domésticos, como na ocasião em que um dos garotos, que tinha três anos, tropeçou e caiu segurando um copo de vidro.
“Ele cortou o dedo, atingiu o tendão e teve que fazer cirurgia, além de ter perdido parte do movimento da mão”, relata. A dona de casa diz que na época não soube como agir e que somente levou o filho ao posto de saúde. Hoje, ela participou de uma palestra do CRAH no bairro onde mora e recebeu esclarecimentos sobre como proteger as crianças de novos riscos.
Tragédias – Recentemente, dois casos locais chamaram a atenção para o reforço ao cuidado com as crianças em ambientes caseiros. Há cinco meses, em Itaporã, um homem ocasionou queimaduras em 70% do corpo de seu filho ao acender o fogo da churrasqueira. A garrafa com álcool caiu, houve uma explosão e o bebê de um ano foi atingido.
No acidente mais recente, ontem, em Dourados, uma criança de três anos morreu carbonizada enquanto brincava sozinha dentro de um automóvel estacionado no quintal de casa. Há indícios de que houvesse uma caixa de fósforos no carro.
Serviço – Informações de segurança sobre acidentes domésticos podem ser encontradas no site www.bombeiros.ms.gov.br e o telefone da corporação é 193. Para contato com o Civitox, o número é 0800 722 6001
