2021-08-20 17:22:31
O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (20), com os investidores realizando lucros após a moeda norte-americana superar os R$ 5,47 no pico do pregão, quando se ressentiu mais claramente de expectativas de redução de estímulos pelo Federal Reserve e ruídos domésticos.
A moeda norte-americana recuou 0,77%, cotada a R$ 5,3803. Na máxima da sessão, chegou a R$ 5,4746. Veja mais cotações.
No acumulado da semana, o dólar registrou alta de 2,58%. No mês, sobe 3,27%. No ano, o avanço é de 3,72% ante o real.

Cenário
Segundo Alexandre Netto, chefe de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, o arrefecimento do dólar nesta sexta-feira foi um movimento técnico, com exportadores "aproveitando a alta (do dólar) para internalizar recursos".
Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, compartilhou da mesma visão: "É natural, sempre que vemos um movimento muito agudo de alta, haver também um movimento de realização. O exportador, que tem muita posição em dólar, vê o patamar de 5,47 (reais) como ponto de realização, percebendo um sobrepreço."
A disparada do dólar nos últimos dias tem sido influenciada pelas incertezas com a política monetária nos EUA e pelo contínuo desconforto com a deterioração do cenário fiscal doméstica.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira que o pagamento de R$ 90 bilhões em precatórios no Orçamento do ano que vem não é exequível. Já o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que ruídos envolvendo questões locais têm afetado as projeções de crescimento do PIB para 2022 e também as expectativas de inflação.
Na visão de analistas, o movimento de compra de dólar deve perdurar, uma vez que vários eventos de risco se acumulam, entre eles a redução de estímulos nos Estados Unidos, sinais de desaceleração do crescimento global, além do desarranjo fiscal doméstico e a expectativa pela eleição presidencial no Brasil em 2022.
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Variação do dólar em 2021 — Foto: Economia G1