Mato Grosso do Sul fechou os últimos 12 meses com mais contratações do que demissões no mercado formal, mesmo após um novembro de retração. Entre dezembro de 2024 e novembro de 2025, o Estado acumulou saldo positivo de 16.368 empregos com carteira assinada, segundo levantamento divulgado pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), com base nos dados do Novo Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego.
Em novembro, porém, o movimento foi inverso. O Estado registrou 29.173 admissões e 30.114 desligamentos, o que resultou em saldo negativo de 941 vagas — o pior resultado para meses de novembro desde o início da série do Novo Caged, em 2020. Ainda assim, o estoque total de empregos formais permaneceu elevado e chegou a 701.179 postos de trabalho, com recuo discreto de apenas 0,12% em relação a outubro.
Na comparação mensal, novembro apresentou queda de 15,78% nas admissões e de 10,80% nos desligamentos em relação a outubro, quando o Estado havia fechado com saldo positivo de 880 empregos. Já frente a novembro de 2024, os números mostram redução de 5,26% nas contratações e de 2,93% nas demissões, mas com melhora expressiva no resultado geral: o saldo cresceu 309,13% e o estoque de empregos avançou 2,39% em um ano. A taxa de rotatividade ficou em torno de 33,09% no período de 12 meses.
Para o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, os dados indicam estabilidade no mercado de trabalho, mesmo com oscilações mensais. Segundo ele, Mato Grosso do Sul tem atualmente a quarta menor taxa de desemprego do país, e a rotatividade reflete um mercado ainda aquecido, impulsionado pela chegada de grandes empreendimentos. “Isso reforça a importância de políticas públicas como o MS Qualifica, que ampliam a formação da mão de obra e sustentam a geração de empregos”, afirmou.
O secretário-executivo de Qualificação Profissional e Trabalho, Esaú Aguiar, também destacou o desempenho no acumulado. “Mesmo com o ajuste registrado em novembro, o Estado mantém trajetória positiva, com mais de 16 mil empregos criados em 12 meses e mais de 701 mil vínculos ativos, resultado direto dos investimentos em qualificação e atração de novos negócios”, disse.
Entre os setores, o comércio e a reparação de veículos lideraram a geração de vagas em novembro, com saldo positivo de 695 empregos, puxados pela demanda típica do fim de ano. A construção também fechou no azul, com 31 postos criados. Em contrapartida, indústria e agropecuária tiveram os piores desempenhos, ambos com saldo negativo de 614 vagas. O setor de serviços, apesar de concentrar o maior número de admissões, fechou o mês com saldo negativo de 439 postos.
No recorte municipal, os maiores saldos positivos foram registrados em Dourados (189 vagas), Inocência (172), Campo Grande (123), São Gabriel do Oeste (101) e Bonito (67). Já as maiores perdas ocorreram em Nioaque (-361), Chapadão do Sul (-173), Sidrolândia (-145), Ribas do Rio Pardo (-141) e Naviraí (-121).
O saldo de empregos foi negativo entre os homens, com perda de 1.555 vagas, enquanto as mulheres tiveram resultado positivo, com 614 postos criados. Trabalhadores com ensino médio completo concentraram o melhor desempenho, com saldo positivo de 133 vagas. As demais faixas de escolaridade fecharam no vermelho, especialmente o ensino fundamental completo (-451) e incompleto (-310).
No cenário nacional, o Brasil abriu 85,9 mil vagas formais em novembro, resultado de 1,98 milhão de contratações e 1,89 milhão de demissões — o pior desempenho para o mês desde 2020. Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a desaceleração reflete o impacto da taxa básica de juros elevada, atualmente em 15% ao ano. Mato Grosso do Sul acompanhou essa tendência, mas manteve saldo positivo no acumulado do ano e dos últimos 12 meses.
Fonte: EnfoqueMS



