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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Buscas por vilas ecológicas crescem 30% e somam meio milhão de interesse online; veja as 6 comunidades mais pesquisadas

Tendência reflete busca por vida mais sustentável, autonomia energética e novas formas de morar no Brasil

As vilas ecológicas, comunidades planejadas para reduzir impacto ambiental e promover estilos de vida sustentáveis, estão despertando cada vez mais a curiosidade dos brasileiros.

Segundo uma pesquisa realizada pela Bulbe, empresa fornecedora de energia solar por assinatura, as buscas pelo termo cresceram 30% nos últimos 12 meses, ultrapassando a marca de 500 mil pesquisas. O movimento reforça o avanço de tendências ligadas a sustentabilidade, turismo consciente e novos modelos de moradia.

Segundo a Rede Global de Ecovilas (GEN), existem mais de 1.100 ecovilas no mundo, com populações que variam entre 50 e 350 moradores. Essas comunidades priorizam práticas como reaproveitamento de água, compostagem, agricultura regenerativa, governança participativa e uso intensivo de energia solar, que tem impulsionado a autonomia energética e inspirado visitantes em busca de estilos de vida mais simples e conectados à natureza.

O aumento do interesse também dialoga com o crescimento do turismo ecológico no país e com a busca por experiências de imersão que vão além das viagens tradicionais. Nas editorias de comportamento, especialistas apontam que essas comunidades se tornaram referência para quem deseja experimentar novas formas de convivência, trabalho coletivo e consumo consciente – tendências especialmente valorizadas após a pandemia.

As 6 vilas ecológicas mais buscadas pelos brasileiros

Buscas por vilas ecológicas crescem 30% e somam meio milhão de interesse online; veja as 6 comunidades mais pesquisadas

Entre as mais de 500 mil pesquisas registradas, seis comunidades se destacaram como as mais procuradas no Brasil ao longo do último ano, algumas já consolidadas em seus estados, outras ganhando relevância por projetos sociais e práticas sustentáveis.

Clareando (SP)

Localizada em Piracaia, no interior de São Paulo, a Clareando é uma das ecovilas mais consolidadas do país. Criada nos anos 1990, reúne moradores interessados em práticas de consumo consciente, permacultura, bioconstrução e governança comunitária.

A vila combina casas ecológicas, hortas, sistemas de captação de água da chuva e uma forte cultura de decisões por consenso. Por estar a poucas horas da capital paulista, tornou-se também destino de quem busca retiros e imersões de curta duração.

Piracanga (BA)

Situada na Península de Maraú, no sul da Bahia, Piracanga é conhecida internacionalmente por sua proposta de ecologia integral, que une práticas sustentáveis, espiritualidade e educação. A comunidade utiliza energia solar, trata 100% de seus resíduos e possui sistemas próprios de reaproveitamento de água.

Por ser uma ecovila aberta a visitantes, recebe centenas de pessoas por ano em programas de voluntariado, cursos de desenvolvimento pessoal, yoga e alimentação consciente. Piracanga se destaca também pela forte atuação em iniciativas sociais e ambientais na região.

Coração da Mata (MG)

Localizada em Minas Gerais, a Ecovila Coração da Mata nasceu com foco em convivência comunitária, proteção da biodiversidade e educação ambiental. Rodeada por áreas de mata nativa, a vila incentiva caminhadas, vivências na natureza e práticas de agrofloresta. Suas casas seguem princípios de bioconstrução, usando materiais naturais como barro, madeira e fibras vegetais.

A comunidade também promove festivais, encontros culturais e programas de imersão para quem deseja experimentar o cotidiano de uma ecovila antes de se mudar ou investir em um modelo de vida mais sustentável.

Sustentar (RS)

No interior do Rio Grande do Sul, a Sustentar se destaca pelo foco em autossuficiência energética e bioconstrução. As construções usam técnicas como superadobe e tijolo ecológico, enquanto as áreas comuns abrigam sistemas agroflorestais e projetos de economia circular.

A vila tornou-se conhecida por workshops de permacultura, oficinas de compostagem, cursos de energia solar e mutirões comunitários – práticas que atraem visitantes de todo o Brasil. A forte integração entre comunidade e meio ambiente reflete o perfil de quem busca uma vida mais simples e conectada ao trabalho manual.

Bambu (RJ)

Com foco em educação ambiental, a Ecovila Bambu, no Rio de Janeiro, se tornou referência para estudantes, pesquisadores e voluntários.

O nome da comunidade não é por acaso: o bambu é um dos principais materiais usados em suas construções sustentáveis, servindo tanto como elemento arquitetônico quanto como símbolo de renovabilidade. A vila mantém programas de formação, trilhas educativas e uma agenda ativa de eventos sobre regeneração ambiental, agricultura orgânica e práticas comunitárias. Sua proximidade com áreas de mata atlântica reforça o apelo turístico e pedagógico.

Vraja Dhama (RJ)

Localizada na região serrana do Rio de Janeiro, a Vraja Dhama é uma comunidade inspirada em princípios espirituais ligados ao hinduísmo Vaishnava. Além da espiritualidade, a vila também é reconhecida por sua produção agrícola sustentável, com hortas orgânicas, manejo agroecológico e uso planejado dos recursos naturais.

Como as ecovilas ajudam a reduzir a conta de energia

O aumento do interesse por vilas ecológicas acompanha uma tendência nacional de busca por soluções para reduzir a conta de luz, tema cada vez mais presente na decisão de moradia e consumo de energia. Muitas dessas comunidades adotam energia solar, sistemas eficientes de reaproveitamento de água, bioconstrução com técnicas de isolamento térmico e arquitetura bioclimática, bem como práticas de economia de recursos naturais.

A disseminação dessa mentalidade de “autonomia energética” tende a influenciar não apenas quem busca viver em ecovilas, mas também moradores urbanos em busca de reduzir custos e adotar práticas mais conscientes no dia a dia.

Possíveis desdobramentos e tendências

Com o fortalecimento dos debates sobre sustentabilidade, comunidades como essas vilas ecológicas podem se tornar laboratórios para novos estilos de vida, conciliando ecologia, convivência coletiva e autossuficiência. A junção de tecnologia limpa, governança comunitária e modos de vida mais equilibrados pode inspirar soluções urbanas e rurais para moradia, mobilidade e consumo consciente, especialmente diante dos desafios ambientais e de custo de vida.

Fonte: Divulgação

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