O uso de biofungicidas ganhou espaço no campo e passou a ocupar posição central no manejo moderno de doenças. A adoção não ocorre apenas por uma tendência de mercado, mas pelo desempenho observado em diferentes regiões e condições de cultivo. Resultados consistentes em áreas comerciais têm mostrado que esses produtos conseguem entregar controle, estabilidade produtiva e ganhos associados à sustentabilidade, aspecto cada vez mais valorizado pelo setor.
Segundo o engenheiro agrônomo Glauber Leite, o avanço dessa tecnologia está ligado a mecanismos de ação capazes de interferir diretamente na dinâmica dos patógenos. Ele destaca que a competição por espaço, a indução de resistência e a produção de metabólitos com efeito supressivo formam a base do desempenho observado. Em campo, esses processos têm permitido substituir grande parte dos multissítios químicos, com índices próximos de 80 por cento e controle considerado equivalente ou superior ao padrão convencional. Os levantamentos citados pelo especialista apontam ainda incrementos produtivos entre uma vírgula cinco e duas sacas por hectare.
A expansão do uso ultrapassa a soja e alcança cana, café, fruticultura, milho e algodão, com efeitos não apenas sobre a pressão de doenças, mas também sobre aspectos fisiológicos e de pós-colheita. Para Leite, trata-se de uma fase de transformação do manejo, marcada por maior integração entre ferramentas biológicas e químicas. Ele avalia que produtores que adotam a tecnologia tendem a manter o uso por perceberem melhor resposta do sistema produtivo. Na visão do engenheiro, o país se encontra na dianteira desse processo e vive um momento de mudança estruturante no modelo agronômico.





