O clima de tensão voltou a crescer na área rural de Iguatemi, no sul de Mato Grosso do Sul. O Sindicato Rural do município encaminhou, no último dia 30 de outubro, uma série de ofícios a autoridades estaduais e federais denunciando uma tentativa de invasão de propriedade privada e um episódio de ameaças de indígenas a policiais militares na região conhecida como área de estudo demarcatório Iguaemipeguá.
De acordo com o Sindicato, a situação começou com uma tentativa de invasão à Fazenda Santa Rita, atribuída a indígenas da Comunidade Pyelito Kue. A ação, que foi registrada em Ata Notarial e Boletim de Ocorrência, só não avançou por conta das fortes chuvas na região, mas há temor de que o grupo retome a mobilização assim que o tempo melhorar.
Hostilidade contra a Polícia Militar
A tensão aumentou no sábado, 1º de novembro, quando uma equipe da Polícia Militar de Iguatemi foi cercada por cerca de 25 indígenas, alguns encapuzados e armados com flechas, durante patrulhamento na região.
Os policiais tiveram a passagem bloqueada com paus e galhos e foram questionados sobre uma abordagem realizada no dia anterior.
Conforme informações obtidas pela reportagem do jornal A Gazeta, a PM teria esclarecido que as ações fazem parte de rondas rotineiras de fiscalização, voltadas à prevenção de crimes como furto de gado e maquinários agrícolas. Após o diálogo, a situação foi pacificada e a equipe liberada.
Propriedades tituladas e apelo por segurança
Nos ofícios enviados, o Sindicato Rural destaca que as propriedades inseridas no estudo demarcatório estão legalmente tituladas desde o século XIX, sendo posse de particulares há várias gerações.
A entidade cobra atuação imediata das autoridades para garantir a paz social e o respeito à propriedade privada, com base na Lei Federal 14.701/2023, que assegura o direito de retenção a proprietários afetados por disputas fundiárias.
Ofícios enviados e preocupação crescente
As denúncias foram encaminhadas a parlamentares estaduais e federais, entre eles Renato Câmara, Coronel David, Rodolfo Nogueira e Marcos Pollon, além da senadora Tereza Cristina, Prefeitura de Iguatemi, Assembleia Legislativa, e à Funai/CLT do município.
O Sindicato também manifestou preocupação com a possibilidade de que a Comunidade Pyelito Kue receba reforços de indígenas de outras aldeias e até do Paraguai, o que poderia agravar ainda mais a tensão na região.
“Nosso apelo é pela manutenção da paz e pelo respeito às leis. O produtor rural está acuado e precisa de segurança para continuar trabalhando”, reforça a direção do Sindicato Rural de Iguatemi.
Fonte: Clesio Damasceno/A Gazeta


                                    


