A produção de milho da segunda safra 2024/2025 cresceu 68,2% em Mato Grosso do Sul, consolidando um dos melhores desempenhos da história recente do Estado, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (7) pela Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho).
O relatório do Siga (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) aponta que o Estado colheu 14,2 milhões de toneladas, impulsionado pelo bom volume de chuvas em abril e pelo clima favorável à recuperação das lavouras. A produtividade média atingiu 112,7 sacas por hectare, alta de 68,1% em relação à safra anterior.
Apesar do recorde, o milho perdeu espaço na segunda safra: atualmente ocupa 46% da área antes destinada à soja, proporção bem menor que os 75% registrados em anos anteriores. Segundo a Aprosoja, o recuo reflete o aumento dos custos de produção e a instabilidade climática, fatores que elevaram os riscos para os produtores.
A colheita foi concluída no fim de setembro, e mesmo as geadas da quarta semana de junho, que atingiram cerca de 35 mil hectares nas regiões central e sul, não comprometeram o resultado estadual. As perdas ficaram entre 10% e 30% nas áreas afetadas.
Plantio da soja avança devagar
Enquanto o milho encerra a temporada com números recordes, o plantio da soja 2025/2026 começou de forma mais lenta em Mato Grosso do Sul. Até 3 de outubro, apenas 3,9% da área estimada havia sido semeada — ritmo inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando o índice estava 1,8 ponto percentual acima.
A estiagem prolongada de setembro e o solo ainda seco são as principais causas do atraso. Segundo o Siga, 62 das 64 estações meteorológicas do Estado registraram chuvas abaixo da média histórica, com algumas regiões passando até 30 dias com precipitação inferior a 1 milímetro.
A região Sul lidera o plantio, com 5,8% das áreas já semeadas, seguida pelo Centro (1,2%) e Norte (0,1%).
Especialistas alertam que o fenômeno La Niña, de intensidade fraca a moderada, deve manter a irregularidade das chuvas no Centro-Oeste nas próximas semanas. Diante disso, o escalonamento do plantio segue como principal estratégia para reduzir riscos, já que a maior parte da semeadura deve ocorrer entre 17 de outubro e 14 de novembro, quando o regime de chuvas tende a se estabilizar.
Mesmo com o início mais lento, a Aprosoja/MS projeta expansão de 5,9% na área plantada, que deve chegar a 4,79 milhões de hectares. Se o clima colaborar, a produção pode alcançar 15,2 milhões de toneladas, com produtividade média estimada em 52,8 sacas por hectare.
Fonte: EnfoqueMS