O programa IAC-Quepia, de Qualidade de Vestimentas Protetivas Agrícolas, coordenado pelo pesquisador Hamilton Ramos, identificou uma queda significativa na performance dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) usados no campo. Desde 2020, mais de 60% das peças enviadas por fabricantes para certificação foram reprovadas em testes de laboratório. A causa, segundo Ramos, foi a substituição do hidrorrepelente à base de oito carbonos, descontinuado por razões ambientais, por um de seis carbonos, menos durável e resistente.
Essa mudança impactou diretamente a eficiência dos tecidos utilizados em EPI, fundamentais para proteger trabalhadores durante a aplicação de defensivos agrícolas. Ramos reforça que a indústria de EPI não foi responsável pelo problema, já que a limitação estava no novo composto químico, que não reproduzia o mesmo nível de proteção. “Por conta de questões ambientais, o hidrorrepelente original foi substituído por outro, similar, formado, contudo, por somente seis carbonos, que não apresentou a mesma durabilidade”, adianta.
Diante do cenário, o IAC-Quepia iniciou pesquisas em parceria com empresas brasileiras do setor químico e de EPI para buscar soluções. Testes finais estão em andamento com novos hidrorrepelentes que suportam lavagens sem perda de eficiência, garantindo durabilidade e segurança.
O programa já foi responsável, nos últimos dez anos, por reduzir de 80% para 20% o índice de reprovação desses equipamentos no Brasil, aproximando a indústria nacional dos padrões internacionais. Agora, a expectativa é recuperar os baixos índices e assegurar novamente a confiabilidade dos EPIs agrícolas. “Trata-se de uma conquista representativa, que colocou a indústria nacional de EPI em condições de igualdade em relação a padrões internacionais de confiabilidade. O objetivo, agora, é auxiliar à indústria a novamente manter baixos índices de reprovação”, comenta.