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segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Com período de maior atividade dos escorpiões, SES de MS monitora avanço dos acidentes e reforça atendimento

A SES (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul) alerta para o início do período com maior atividade de escorpiões no Estado. Com a elevação das temperaturas e o aumento da umidade, os meses de agosto a novembro costumam concentrar o maior número de acidentes registrados anualmente.

Só em 2025, já foram notificados 3.436 casos até julho, número que tende a crescer nas próximas semanas.

“Os acidentes com escorpiões apresentam uma sazonalidade bem marcada. Durante os meses frios, os casos costumam diminuir. Mas, com o fim do inverno e o início do calor, como agora em agosto, começamos a observar um aumento nos registros. Isso se deve a fatores ambientais, como o aumento da temperatura e da umidade, que favorecem a atividade dos escorpiões, especialmente por ser também o período reprodutivo desses animais”, explica o biólogo Isaías Pinheiro.

Nos últimos cinco anos, o Estado registrou um crescimento contínuo nas notificações. Em 2020 foram 2.952 ocorrências, enquanto em 2023 esse número chegou a 5.303. Campo Grande lidera as estatísticas, seguida por Três Lagoas e Dourados.

Crianças concentram os casos graves

Com período de maior atividade dos escorpiões, SES de MS monitora avanço dos acidentes e reforça atendimento
Ação educativa da SES sobre o risco de animais peçonhentos.

Embora a maioria dos acidentes seja de baixa gravidade, o perfil dos casos mais severos acende o alerta: 60% dos registros graves envolvem crianças menores de 10 anos.

“Infelizmente, já tivemos a perda de duas crianças recentemente, o que reforça a importância de mantermos a vigilância ativa e o apoio técnico aos municípios durante este período crítico. Estamos constantemente reforçando a estrutura da rede hospitalar com a disponibilização do soro antiescorpiônico, que está disponível em unidades de referência de todas as regiões, garantindo atendimento rápido e adequado em casos graves”, destaca Karyston Adriel, coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental da SES.

Soro em 67 cidades

Com período de maior atividade dos escorpiões, SES de MS monitora avanço dos acidentes e reforça atendimento
Foto: Arquivo.

Atualmente, o soro antiescorpiônico está disponível em unidades hospitalares de 67 municípios sul-mato-grossenses, preparado para atendimento de casos moderados e graves.

A rede inclui hospitais estratégicos como o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, além de unidades em cidades com alta incidência, como Três Lagoas, Corumbá e Dourados. Confira a lista completa das unidades clicando aqui.

A SES mantém ainda canais como o Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica), que oferece orientações técnicas à população e aos profissionais de saúde em casos de acidentes com animais peçonhentos.

Monitoramento contínuo e informação técnica

O acompanhamento dos casos é feito pela Vigilância em Saúde Ambiental, com base em notificações do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). Além dos escorpiões, o órgão também observa o comportamento sazonal de outros animais peçonhentos, como cobras e abelhas, que também intensificam sua atividade nos meses mais quentes.

“Aqui no Mato Grosso do Sul, temos dois tipos principais de escorpião-amarelo. Um deles é menos perigoso, mas o outro — o Tityus serrulatus — pode causar acidentes graves e até levar a óbito, especialmente em crianças. O Estado trabalha com um modelo de vigilância contínua e descentralizada. É importante entender que não é possível erradicar a população de escorpiões, mas podemos reduzir os riscos por meio da educação ambiental e de práticas preventivas simples”, completa Isaías Pinheiro.

Com período de maior atividade dos escorpiões, SES de MS monitora avanço dos acidentes e reforça atendimento
Com período de maior atividade dos escorpiões, SES de MS monitora avanço dos acidentes e reforça atendimento

Dentre as práticas recomendadas, estão:

  • Manter camas afastadas das paredes;
  • Não deixar cobertores encostando no chão;
  • Verificar lençóis, embaixo das camas e roupas antes de usá-las;
  • Fechar bem os ralos e tampar pias e tanques;
  • Evitar o acúmulo de entulho e materiais que possam servir de abrigo;
  • Controlar a presença de baratas, que são alimento para escorpiões — o que pode ser feito com dedetização periódica (a cada 3 a 6 meses).

Fonte: Danúbia Burema, Comunicação SES

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