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terça-feira, 5 de agosto de 2025

Pai: Amor que ensina, protege e transforma

Diego Antunes, o pai que ensina com amor, luta com o coração e transforma com presença

Raquel Fernandes

Para o professor de Jiu-Jitsu e policial penal Diego Antunes Davalo, de 38 anos, a paternidade é mais do que um papel. É uma missão. Desde 2018, quando nasceu sua filha Lívia, ele vem descobrindo, a cada gesto e aprendizado, a profundidade de um amor que transforma, protege e ensina, dentro e fora do tatame.

Casado com Letícia Antunes, Diego sempre sonhou em ser pai. “Filho é um empréstimo divino. A gente não tem posse de ninguém. Ser pai é uma missão que Deus te dá, e você precisa escolher cumpri-la”, define Diego, que trocou a cerveja de fim de semana por passeios com a filha e começou a estudar ainda mais para ser um pai melhor. “Decidi parar de beber quando ela nasceu. Foi uma transformação na minha vida, e só trouxe benefícios.”

Pai: Amor que ensina, protege e transforma

A mudança não foi só de hábitos. Foi de essência. Lívia, diagnosticada com autismo aos dois anos e sete meses e, mais tarde, também com TDAH, trouxe novos desafios, e novas forças, para esse pai que mergulhou nos estudos sobre neurodivergências. “Foi um choque no início, mas eu quis entender, estudar, conhecer esse universo. Porque aceitar o diagnóstico é fundamental para que a criança se sinta amada e acolhida.”

No tatame e na vida, Diego vê o desenvolvimento da filha como um processo de treino, dedicação e presença. Quando Lívia completou três anos, ele comprou um kimono, um tatame, e passou a brincar de Jiu-Jitsu com ela em casa. “A ideia nunca foi treinar de forma rígida, mas brincar, criar conexão. E funcionou. O Jiu-Jitsu é um elo forte entre nós dois.”

Ler juntos também virou ritual. Apaixonado por livros, Diego estimulou desde cedo o contato da filha com a leitura, ainda na barriga. Hoje, vê com orgulho os livrinhos que ela mesma cria, os quadrinhos que coleciona e o entusiasmo com o projeto itinerante Reboqueoteca Crepúsculo, do qual ela participa.

Na convivência diária, Diego aprendeu a respirar mais fundo, a desacelerar, a comemorar não só as grandes vitórias, como também as pequenas conquistas. “A Lívia me ensinou o que é paciência. Hoje eu celebro desde ela conseguir ficar por último na fila do balé até segurar a tesoura do jeito certo. Cada detalhe importa.”

Pai: Amor que ensina, protege e transforma

Com base em sua experiência, Diego reforça um recado importante aos pais de crianças atípicas: investir, mas com consciência. “Esporte, balé, ecoterapia, tudo isso ajuda muito. Mas também é preciso respeitar o tempo da criança e o nosso. Lazer, descanso e diversão são tão importantes quanto as terapias. Não podemos sobrecarregar nossos filhos e nem a nós mesmos.”

E conclui com a sabedoria de quem vive a paternidade com entrega. “Lívia nunca vai deixar de ser minha filha por causa de um diagnóstico. O autismo e o TDAH não a definem. O que nos define é o amor, a conexão, o respeito. A missão dela é crescer e ser feliz. E a minha missão é estar ao lado dela em cada passo.”

A exemplo de Diego, cada pai trilha seu próprio caminho na busca por oferecer amor, cuidado e direção aos filhos. Não há fórmula pronta, mas há sempre a intenção de ensinar com o exemplo, proteger com a presença e transformar com afeto. Neste Dia dos Pais, parabenizamos todos aqueles que, dia após dia, vivem esse papel com verdade e coração. Porque ser pai é, acima de tudo, um amor que ensina, protege e transforma.

*Reportagem publicada originalmente no Suplemento Especial de Dia dos Pais, em 5 de agosto de 2025, pelo Grupo A Gazeta

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