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segunda-feira, 28 de julho de 2025

Ciência mais próxima das pessoas: pesquisadores rompem barreiras e contam com apoio do Governo de MS

Silvia, Marinete e André têm trajetórias distintas, mas compartilham um propósito comum: tornar a ciência mais acessível, humana e conectada com a realidade das pessoas. Com atuações marcantes em projetos de pesquisa e divulgação científica, eles fazem parte de uma geração que está transformando a forma de comunicar conhecimento no Brasil.

Silvia Cristina Heredia é farmacêutica, professora e pesquisadora. Em sua fala, carrega a paixão pelo que faz, mas também relata os desafios enfrentados ao longo da carreira.

“O maior desafio da nossa profissão é o trabalho excessivo, a sobrecarga. A gente se desdobra entre dar aulas, escrever projetos, orientar alunos, participar de reuniões e ainda lidar com as responsabilidades da vida pessoal. Cheguei a viver um burnout”, conta.

A escolha pela ciência exigiu renúncias.“Optei pela profissão e abri mão de construir uma família. Terminei meu relacionamento para dar conta das exigências da pesquisa. Foi uma escolha difícil, mas que me trouxe conquistas importantes”.

Ciência mais próxima das pessoas: pesquisadores rompem barreiras e contam com apoio do Governo de MS
Marinete é pós-doutora em História e pesquisadora da UEMS

Marinete Rodrigues, pesquisadora e idealizadora do projeto Gênero e Ciência: A Participação das Mulheres na Carreira Científica em Mato Grosso do Sul, enxerga avanços importantes.

“Vejo o cenário como muito positivo para que as mulheres ocupem espaços dentro da ciência, da tecnologia e da inovação. Hoje são mulheres falando sobre sua atuação, mas também homens reconhecendo nosso protagonismo. A Fundect tem trabalhado nesse objetivo, promovendo mais inclusão e equidade”, afirma.

Segundo ela, o olhar feminino contribui de forma decisiva para o avanço científico. “Nós, mulheres, temos um olhar diferenciado para os problemas. Somos muito determinadas. E a ciência que fazemos é tão técnica, baseada em dados e conhecimento quanto qualquer outra. É ciência feita com método, com critério, com excelência”.

Ciência mais próxima das pessoas: pesquisadores rompem barreiras e contam com apoio do Governo de MS
André é jornalista e atualmente desenvolve projetos na UEMS

Já o pesquisador André Mazini coordena o projeto e dirige o documentário Mulheres na Ciência, que retrata trajetórias como as de Silvia e Marinete.

Para ele, é essencial que o conhecimento produzido chegue até a população. “Produzir conhecimento não é suficiente. É necessário que esse conhecimento seja compreensível e útil no cotidiano das pessoas. Democratizar o acesso à ciência é essencial para combater desigualdades”, avalia.

Essas vozes representam um movimento crescente em Mato Grosso do Sul, o da ciência que transforma, comunica e inclui.

Um novo jeito de fazer e divulgar ciência

A imagem tradicional do cientista isolado, usando jaleco e vocabulário técnico inacessível, tem dado lugar a profissionais que ocupam também as redes sociais, os documentários, os podcasts e os vídeos curtos como ferramentas de divulgação científica. O objetivo é claro, aproximar a ciência da sociedade.

Esse novo formato de comunicação acompanha o crescimento da presença feminina na ciência. Embora as mulheres sejam maioria na pós-graduação, sua participação como líderes de grupos de pesquisa e como orientadoras ainda enfrenta desafios. Nesse contexto, iniciativas que valorizam e visibilizam o trabalho das cientistas são fundamentais para garantir um ambiente mais equitativo e diverso.

Ações do Governo de MS fortalecem ciência, tecnologia e inovação

Mato Grosso do Sul tem investido de forma consistente em políticas públicas que fortalecem a ciência e a inovação. Por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) e da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia), o Governo do Estado tem ampliado recursos, criado programas e fomentado soluções inovadoras com impacto direto na sociedade.

Segundo o secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Semadesc, Ricardo Senna, o Estado aposta na ciência como vetor estratégico para o desenvolvimento.

“Experiências internacionais mostram que o investimento em ciência e inovação requalifica e acelera o desenvolvimento, cria empregos e transforma a economia. Por isso, aprovamos a Lei Estadual nº 6.380, que cria um novo ambiente para o crescimento da ciência e tecnologia em Mato Grosso do Sul. Essa legislação, construída pela Semadesc, já é referência nacional”, afirma.

A nova lei estabelece incentivos à pesquisa científica pura e aplicada, estimula a transferência de tecnologia, apoia processos inovadores e garante orçamento ampliado para bolsas de estudo, capacitação e projetos científicos em áreas estratégicas como bioeconomia, energias renováveis, economia carbono neutro e agronegócio sustentável.

Fundect amplia fomento e consolida protagonismo nacional

Ciência mais próxima das pessoas: pesquisadores rompem barreiras e contam com apoio do Governo de MS
Silvia em entrevista ao podcast Papo de Ciência

Com 27 anos de atuação, a Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia) é o principal órgão de fomento à ciência, tecnologia e inovação em Mato Grosso do Sul. Vinculada à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), a fundação lançou em 2024 um volume histórico de investimentos: mais de R$ 66 milhões, beneficiando mais de 400 projetos e garantindo cerca de 1.650 bolsas mensais em diferentes níveis da formação científica, da iniciação científica ao pós-doutorado.

Em parceria com o CNPq, mais de 70 pesquisadores de Mato Grosso do Sul foram contemplados após não serem financiados na chamada nacional, com investimento estadual de R$ 5,4 milhões. Além disso, 92 programas stricto sensu no Estado receberam recursos da fundação, totalizando cerca de R$ 14 milhões entre bolsas e custeio.

Outros destaques incluem:

– Rede Centro-Oeste de Pesquisa, em parceria com a Capes: R$ 16,8 milhões aplicados em quatro grandes projetos nas áreas de bioeconomia, biotecnologia e biodiversidade.
– PICTEC, voltado à iniciação científica de estudantes da rede pública, que em quatro edições, ofertou 2.300 bolsas para professores e estudantes do Ensino Médio, em 500 projetos.
– PIBIC-Fundect, voltado ao ensino superior, com fomento à formação acadêmica e científica.
– Programas como Mais Mulheres na Ciência, MS Carbono Neutro, ODS Humanidades, Centelha MS e Desafio Pantanal Tech, que incentivam projetos sustentáveis, inclusivos e inovadores.

A fundação também apoia missões técnicas, ambientes de inovação, coworkings, incubadoras, aceleradoras e parques tecnológicos, promovendo um ecossistema robusto para o desenvolvimento científico regional.

Investir em ciência é investir em soluções para a sociedade

Para o Governo do Estado, os investimentos em ciência, tecnologia e inovação geram impactos concretos e sustentáveis. “São investimentos que fortalecem o ecossistema de inovação, estimulam a produção científica, tornam empresas mais competitivas e abrem novos mercados. Mais do que isso, são ferramentas para melhorar a vida das pessoas e orientar políticas públicas mais eficazes”, destaca Ricardo Senna.

O apoio à ciência em Mato Grosso do Sul está alinhado com uma visão de futuro, na qual o conhecimento é o principal instrumento de transformação social. “Quanto mais cientistas bem formados o Estado tem, mais soluções surgem para os problemas reais da população”, conclui Marinete.

Fonte: Taynara Foglia, Comunicação Governo de MS

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