Com o avanço da medicina, os aniversários a partir de 60 anos não precisam ser encarados como uma linha de chegada, e sim como um novo ponto de partida. Parte-se para uma trajetória em que o importante não é competir, mas, sim, a qualidade da corrida.
Para aproveitar a nova idade, é preciso desviar dos obstáculos limitantes representados pelos preconceitos, principalmente aqueles etaristas, e focar nas inúmeras possibilidades. Isso não é só um conselho de autoajuda, é provado cientificamente. A pesquisa Ipsos Happiness Index 2025 entrevistou quase 24 mil pessoas, em 30 países, e revelou que 60 anos é a idade mais provável de ocorrer uma virada de chave.
Nesta faixa etária, ainda é possível criar rotinas e hábitos saudáveis que favoreçam tanto o bem-estar físico quanto mental.
Cuidando da saúde mental
Primeiramente, é preciso romper com um dos principais preconceitos limitantes, aquele que diz não ocorrer mais aprendizado depois de uma certa idade. Há plasticidade cerebral ao longo da vida, permitindo que os aprendizados continuem ocorrendo e se somem.
Aos 60, é possível se matricular em novos cursos para aquecer a mente, como os de idiomas, ou para aquecer o corpo, como os de dança. Ou seja, a terceira idade pode se divertir com tricô e bingo, mas também pode aproveitar o que quiser.
Para se sentir completamente livre e viver o melhor destas experiências, é preciso abrir mão de querer agradar a todos. Sempre vai haver pessoas insistindo em reforçar os preconceitos e exigir o padrão de comportamento de um “senhor ou senhora de idade”. Viver para atingir expectativas dos outros é frustrante em qualquer fase da vida, então nunca é tarde para abrir mão das amarras e de toda a exaustão emocional que elas geram.
Os preconceitos também estão por trás de um estereótipo de infantilização da pessoa acima de 60 anos. Esta visão leva à caracterização dos 60+ como crianças, incapazes de definir o certo e o errado, despreparadas para enfrentar as incertezas do dia a dia e que precisam de ajuda para lidar com a vida.
A pessoa idosa deve tentar se enxergar fora deste estereótipo, lembrando que, diferentemente das crianças, ela tem experiência de vida e saberes. Precisar aprender a usar algumas tecnologias e outros dispositivos da vida moderna não coloca pessoas sexagenárias no mesmo patamar de crianças. O mundo está em constante transformação, e pessoas de todas as idades precisam aprender a se adaptar a novas ferramentas, pois cedo ou tarde todo mundo já enfrentou alguma dificuldade envolvendo a tecnologia.
A pessoa idosa precisa se entender fora das limitações trazidas por estes estereótipos, podendo manifestar, inclusive, sua sexualidade. Deve haver espaço para relacionamentos amorosos saudáveis, sejam eles hétero ou homoafetivos.
Cuidados físicos
O cuidado emocional deve ocorrer junto do cuidado com o corpo. Os primeiros cuidados físicos passam por uma das necessidades mais básicas: a da alimentação. Se alimentar corretamente, conforme prevê o Guia Alimentar para a População Brasileira, melhora a energia e a longevidade.
Algumas das principais dicas são evitar o consumo de ultraprocessados, como bolachas e outros petiscos, e reduzir o consumo de carne vermelha, álcool e cafeína. É importante fazer exames médicos regulares para ficar de olho nos níveis de colesterol e outros indicadores que podem exigir mudança na alimentação.
Uma boa alimentação é tão essencial para a longevidade quanto a atividade física. Exercícios melhoram o humor, reduzem o risco de perda óssea, de doenças e de fragilidade muscular, e ajudam a diminuir também a possibilidade de quedas, fraturas e dificuldades motoras. Algumas atividades recomendadas são natação, hidroginástica, ioga, pilates e musculação.
Estas atividades podem tornar-se ainda mais confortáveis com roupas e calçados adequados, como sapatos com palmilha para esporão, caso seja necessário, ajudando a manter a independência e o bem-estar.
Ter um tempo para cuidar da autoestima também é importante. Isso pode ocorrer dedicando alguns minutos diários para cuidar da pele, usando produtos com vitamina C, antioxidantes e retinóides. O uso de hidratantes e produtos que incentivam a produção de colágeno também é muito recomendado.
Fonte: Divulgação
